segunda-feira, 11 de abril de 2011

Traição online

-Vanessa, preciso sair, a Maria está para chegar. Depois nos falamos. Diz João.
- Mas já mozão? Deixa esta chata e fica comigo, garanto que vai ser melhor.
- Você sabe o quanto eu gostaria de ficar com você, com você eu me sinto mais a vontade, mais completo, mais homem, entende?
- hahahahaha…também me sinto mais completa com você, só de pensar já me dá uma vontaaaaade. :P
- Ahhh para vai! o meninão já está se animando, mas preciso sair, ela chegou. Beijo tchau.
- Então tá mozão, até mais.  Vai estar on mais tarde?
João está offline!

Este texto serve apenas para ilustrar inúmeras conversas deste tipo na web. Talvez já tenha acontecido com você, talvez você conheça algum amigo que já tenha passado por isto. O fato é, está cada vez mais comum a traição online.
A pulada de cerca virtual pode vir de diversas maneiras, pode ser aquela loira que você conheceu na balada naquele dia em que sua namorada foi viajar e te passou o msn, pode ser aquele cara que que entrou com o nick “Príncipe no cavalo branco” no bate papo e te deixou completamente apaixonada ou aquele chat para maiores de dezoito que só rola sacanagem.
Talvez você tenha apenas entrado nisto como uma brincadeira, pode ter sido por causa da bebedeira ou até mesmo por vontade própria, mas traição é traição. É como a mentira, não existe mentira grande ou pequena, existe mentira, ou  a inveja, seja ela “boa” ou não, é inveja.

O que leva uma pessoa a trair na web eu não sei, ainda não há um guia para isto, sei apenas que traição é traição, a diferença da traição online é que você pode estar a quilômetros de distância do “affair” que mesmo assim é possível vocês terem uma noite de prazer muito interessante. Apetrechos não faltam. Junte um quarto, uma webcam, duas pessoas em locais diferentes e dispostas a tudo pelo prazer e pronto, você terá um sexo um tanto quanto diferente. Há quem consiga sentir o mesmo prazer físico, como que se aquilo que sonda a sua mente naquele instante fosse real, possível ao tato.
Ouvi relatos de amigos e amigas que não enxergam a traição online como traição, vêem apenas como uma forma sem compromisso de pôr o galo pra cantar em outro puleiro. Mesmo quando o virtual passa para o mundo real.
Li uma matéria semana passada que saiu na revista Época que tratava um pouco este assunto. O caso em questão era o rompimento virtual. Llana Gershon, uma antropóloga norte americana, dizia que a internet proporcionou novas estruturas e facilidades para as pessoas poderem falar sobre suas vidas e pesquisar a vida dos outros e que a tecnologia não mudou a natureza humana. Fica claro então que a traição virtual não se deve as novas tecnologias mas sim única e exclusivamente ao desejo de cada indivíduo.
Se por um lado a traição virtual tem seu lado obscuro e infundado (ou não), por outro tem seu lado “bom” para o traído (a), é muito mais fácil de ser descoberta. Pode-se bancar o detetive virtual e checar constantemente o histórico da web ou do msn ou até mesmo checar as novas ferramentas como o twitter ou o Facebook, que  tornam mais simples a descoberta da traição. Claro que para isto os pombinhos puladores de cerca 2.0 precisam ter o descuido de esquecer por um momento de que tudo o que é postado é exposto ao mundo. O que não é muito difícil de acontecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário