sábado, 16 de abril de 2011

 
 
Colorí meus sentimentos, pintando-os
de todas as cores.
Clareei um pouquinho as Dores e
às Alegrias dei mais movimento.
Para a Tristeza, que gostava do escuro,
que vivia debruçada no muro,
abri várias janelas para que assim pudesse
ver as flores amarelas em fase de crescimento.
Para a Inveja, que só olhava de lado e
nunca para dentro de si mesma,
desenhei um coração magoado,
como se estivesse dizendo:
"Vê como me sinto dentro de ti!"
Para o Ciúme, que é insegurança,
tracei bonitas lembranças,
amarrei-as num laço de fita em tom esverdeado,
e disse:
- Cuidado! Ciúme é inimigo da Confiança.
Descansei um pouquinho das coisas doloridas,
e foi quando vagando dentro de mim
cheguei à Esperança e à Bondade.
Bem, na verdade,
não as pintei porque as duas Já são coloridas!
Para o Amor, dei vários matizes:
num canto pintei de azul com bolinhas brancas,
no outro, o vermelho encarnado,
mas não me esquecí do tom das raízes,
porque o Amor é muito invocado,
se contrariado,
as vezes embrutece e se tranca;
outras vezes, se enternece emocionado.
Assim é o nosso coração;
pode dizer não, querendo dizer sim ,
mas também pode inverter a posição e
deixar todo mundo grilado.
O jeito então, é entender que ele é
como um velho casarão, que quando perde o colorido, precisa depressa ser pintado.

Texto do livro ''A estrela de cada um'' 


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