quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Hoje me dei conta

Hoje me dei conta de que as pessoas vivem a esperar por algo e quando surge uma oportunidade se dizem confusas e despreparadas.
Sentem que não merecem. Que o tempo certo ainda não chegou e a vida passa. E os momentos se acumulam como papéis sobre uma mesa. Estamos nos preparando para qualquer coisa. Mas ainda não aprendemos a viver. A arriscar por aquilo que queremos, a sentir aquilo que sonhamos, e assim adiamos nossas vidas por tempo indeterminado até que a vida se encarregue de decidir por nós mesmos e percebemos o quanto perdemos e o tanto que poderíamos ter evitado. Como somos tolos em nossos pensamentos limitados, em nossas emoções contidas, em nossas ações determinadas. O ser humano se prende em si mesmo. Por medo e desconfiança vive como coisa num mundo de coisas. O tempo esperado é o agora. Sua consciência lhe direciona. Seus sentidos lhe alertam. E suas emoções não mais são desprezadas. Antes que tudo acabe. É preciso fazer iniciar.
Mesmo com dor e sofrimento. Antes arriscar do que apenas sonhar.

O vazio da alma

É assim que você se sente?

Às vezes você não sabe por que se encontra entristecido. Você chega em casa e se depara consigo mesmo. É quando não entende suas tristezas.
Você passou o dia com amigos, dedicou-se em suas tarefas, atendeu as suas responsabilidades, mas agora sente falta de algo.
O que lhe falta?
Você sente medo de seguir, medo de enfrentar, e medo até de seus sonhos.
Por que seu olhar é caído e sem vida? Você evita encarar um olhar, porque ignora o desconhecido.
Por que as pessoas não lhe entendem? Quem disse a elas que você é um fraco? O que você responde quando lhe julgam de nada?
A única coisa que você consegue fazer bem é administrar essa tristeza?
Você sabe que não é fácil, mas essa é a sua força. Mesmo assim, ninguém compreende o que há dentro de você.  
Qual é o seu limite de solidão?
Em seu quarto trancado, só as paredes testemunham sua dor. Elas ouvem o seu choro e gemidos noturnos.
Mas, por que você chora? Qual é a sua resposta?
Por que você não dá um passo à frente? Por que não toma uma atitude para sair da escuridão?
Você sabe aonde ir? Sabe o que seguir? Por que o medo de errar?
Falta uma lacuna a ser preenchida. É como se uma ponte quebrada lhe deixasse perdido no meio do caminho.
Onde está quem estava à frente da ponte? Onde está a sua segurança?
O que você vai fazer? Existe quem possa lhe entender?
Olhe para dentro de você...
... O que está enxergando?
Dê uma chance a você. Olhe em outra direção.
Não pense que TALVEZ haja felicidade...
Saiba que PODE ser feliz.

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Humildade pode melhorar desempenho profissional, diz estudo

Segundo pesquisadores americanos, pessoas honestas e humildes foram melhor avaliadas por seus chefes

 

Para sobreviver à selva corporativa é, realmente, preciso deixar de lado conceitos de honestidade e humildade? Segundo um grupo de pesquisadores, a resposta é não.

De acordo com estudo da Universidade Baylor (Estados Unidos), pessoas honestas e humildes são as que alcançam os melhores resultados no trabalho.
Para chegar a essa conclusão, o grupo de pesquisadores analisou os traços de personalidade de 269 empregados de 25 companhias americanas ligadas a cuidados de saúde.
“Todos trabalhavam com atendimento domiciliar de pacientes que possuíam comportamentos difíceis, como posturas auto destrutivas ou pouco cordiais”, explica Megan Johnson, uma das responsáveis pelo estudo.
Os respectivos chefes dos participantes do estudo avaliaram o desempenho profissional de seus subordinados com base em uma lista de 35 habilidades profissionais. Entre os critérios avaliados pelos gestores estavam capacidade de ouvir, usar novas tecnologias, responsabilidade e capacidade de se adaptar a novas situações.
Os profissionais que receberam as melhores pontuações nessas 35 habilidades foram exatamente aqueles que, na pesquisa comportamental, demonstraram posturas mais honestas e humildes.
“Essas pessoas eram pouco ambiciosas e muito sinceras e justas”, afirma a especialista. Em outras palavras, esses profissionais eram mais focados nos outros do que neles mesmos. “Por possuir essa postura positiva, eles interagiam melhor com seus clientes”, diz. E, por isso, foram bem avaliados por seus supervisores.
Isso significa que os resultados da pesquisa estão intimamente ligados à natureza do trabalho desenvolvido. De acordo com a pesquisadora, essa lógica pode ser aplicada apenas nas situações em que os profissionais tenham que prestar atenção em seus clientes ou produtos. “No setor de vendas, por exemplo, onde as pessoas precisam se auto promover, talvez os resultados sejam diferentes”, pondera a especialista.
Quando o assunto é honestidade, o cenário é outro. “Há 90 estudos feitos com mais de 18 mil empregados que mostram que os mais íntegros são os que apresentam melhores resultados profissionais”, afirma. “A honestidade sempre será um traço de personalidade que valoriza o trabalhador”.

 

 

A nova geração de homens mimados


Isso aqui certamente não foi escrito para os leitores PapodeHomem. É direcionado aos “moleques de prédio”, gente que ainda não saiu do berço.
O que antes era mais restrito a famílias ricas agora se espalhou pela classe média: dá para ser mimado mesmo sem dinheiro. No entanto, a nova geração de homens com fraldas não é uma categoria de seres, mas um estado de carência e fragilidade no qual qualquer um pode cair.
É por isso que minha motivação não é ridicularizar tais homens, mas apontar os problemas que surgem quando nos posicionamos desse modo na vida. Escrevo, pois, do mesmo lado dos fracotes, não me opondo, não criticando por fora. Estamos todos no mesmo time e desejamos todos uma vida livre de mimos e carências, não é mesmo?
Destaco 8 comportamentos, 8 tipos de fraldas, que podem ser encontrados na nova geração de homens mimados. Bons motivos pelos quais toda mulher deveria reclamar, xingar, gritar, trair, humilhar, abandonar seu homem. Comento cada um deles com o desejo de que todos nós possamos superar tais fixações e cultivar uma mente livre, um corpo potente, uma vida generosa.

Qual a sua?

Eles não comem mamão

Durante um almoço com a equipe de trabalho, descobri que o estagiário não gosta de suco de laranja com beterraba. Não gosta e não bebe. Em outro almoço, enquanto eu me enchia de mamão, me surpreendi com um: “Hum… Mamão eu nunca comi”. Sério, isto deveria ser diagnosticado e tratado como doença. Sou do tempo em que todos bebíamos o mesmo suco em família. Nada de “O que você quer?”, “Ah, eu quero Coca zero”, “E você?”, “Água de coco”, “E…”, “Ai, não, não quero nada”.
Não é necessário abandonar as preferências, claro, apenas não ser tão refém de “gosto” e “não gosto”. Eu não gosto muito de grão de bico na salada, por exemplo, mas como. Repito: “Toda mulher deveria desconfiar do desempenho sexual de um homem que não come de tudo”. Com exceção dos vegetarianos praticantes do tantra supremo, se você não come de tudo, meu caro, não há possibilidade alguma de você comer bem uma mulher.

 

Eles sentem “nojinho” no sexo

Já vi homens contarem que brocham com cheiros estranhos na cama ou que não transam com mulheres menstruadas. Ora, as mulheres nos lambem quando estamos suados, levam por trás, chupam, engolem… e nós queremos encontrar perfume francês debaixo da calcinha?
Se você fizer sexo irrestrito, certamente vai sujar o lençol e seu próprio corpo com todo tipo de excreção. O homem cuja consciência tudo atravessa não rejeita odores considerados nojentos. Respira tudo pra dentro, sem exceção. Quando encontra sangue ou restos de fezes na camisinha, ele dá um sorriso sacana e orgulhoso. ;-)

Eles se masturbam e gozam sozinhos

Imagine Chuck Norris, Gandhi ou Barack Obama vendo um filme pornô e melecando a mão. Ceninha no mínimo estranha, não é mesmo? O que é bastante saudável na adolescência deveria ganhar outro enfoque quando viramos homens. Qual o sentido em ejacular sozinho um dia antes de encontrar sua namorada? Por que desperdiçar na tela do computador a potência que você poderia usar com uma mulher? O cara ejacula o tempo inteiro e depois reclama que não consegue prolongar a penetração com a namorada!
O homem que goza sozinho quase todo dia, qual mente ele está cultivando? O que você acha que ele vai desejar quando for para a cama com uma mulher? Se temos o hábito de ficar nos agradando, focando apenas em nossas sensações, é isso que vamos continuar fazendo diante de uma mulher pelada.
Se quer mimo, peça para sua mãe transar com você.



Eles não limpam o banheiro

Um homem só consegue parar de fazer cagada na vida depois que aprende a limpar sua privada. Ele suja, a mãe limpa. Ele dorme, a empregada arruma a cama. Que tipo de homem é esse? Enquanto tratarmos o mundo como um hotel, seremos hóspedes.
Para além da privada, o mundo. Aquele que joga lixo no chão deixa seu mundo menor, exclui a rua, exclui o banheiro público, se distancia de tudo o que poderia incorporar à sua moradia como um cidadão do planeta. É por isso que os homens mimados só olham para o próprio umbigo: ali reside seu mundo, a única coisa digna de limpeza.

Eles não sabem o que querem da vida

Fato: se o homem não sabe o que fazer com sua vida, não saberá o que fazer com sua mulher. Além dos adolescentes que perdem tempo com distrações e jovens que patinam entre mil opções existenciais (alvos fáceis para essa crítica), há outros casos mais sutis, já que nem sempre ter dinheiro, poder, casa e família significa ter direcionamento na vida.
A nova geração de homens mimados pode ser representada pela imagem de moleques emos que não comem agrião ou por executivos dentro de uma Mercedes-Benz que nunca chegam a lugar algum. Ainda que eles consigam tirar muito da vida, pouco tem a oferecer. Como afirma Alan Wallace, nossa felicidade e a sensação de ter uma vida com sentido não é proporcional ao que extraímos do mundo e das pessoas, mas àquilo que trazemos ao mundo e às pessoas. Não é por acaso que encontramos muitos homens bem sucedidos completamente infelizes e impotentes, sem saber o que mais fazer com a vida (e com a mulher na cama).

Eles fazem o que têm vontade

O homem mimado se move com a certeza de que sempre há alguém olhando por ele, pronto para protegê-lo, socorrê-lo, salvá-lo, resgatá-lo e levá-lo ao hospital. A sensação de proteção divina e a confiança em um resgate paternal tiram sua responsabilidade: ele pode fazer qualquer coisa pois tudo acabará bem. E assim surgem os casos de colegiais estupradas, índios queimados, carros batidos, grávidas abandonadas, filhos abortados… O pai paga a faculdade para que o filho possa matar aula e beber.
O homem muda de vida quando deixa de fazer o que tem vontade e começa a fazer o que tem de ser feito. Não é à toa que a maioria dos caras que conheço só viraram homem quando tiveram um filho. Para fazê-los dormir, acabamos saindo do berço! Com outro ser à vista, vamos além de nossos impulsos e desejos de satisfação imediata. Desenvolvemos generosidade, talvez a maior qualidade de um homem guerreiro.

Eles não sabem o nome dos porteiros do prédio

O que eles estão fazendo? Você tem mesmo interesse?

Autocentrados, os meninos mimados não tem interesse por aquilo que não pertence ao seu universo imediato. Lembro de um cara que me perguntou o que eu faria no fim de semana, ao que respondi falando de meditação e TaKeTiNa, uma técnica que usa a polirritmia para transformação da mente. Se eu tivesse falado que passaria o tempo todo dormindo, teria dado mais papo. Ele simplesmente ignorou, ainda que nunca tivesse meditado nem conhecesse TaKeTiNa.
O homem mimado perdeu a curiosidade que faz nossos olhos brilhar. Em seu prédio, seis porteiros se revezam e ele não sabe o nome de nenhum. A melhor amiga de sua irmã, o tema da pós-graduação do seu colega de trabalho, a viagem importantíssima que seu primo fará… Ele esqueceu dentro de sua apatia distraída. Quando você o encontra, ele sempre tem algo a falar e dificilmente oferece um espaço de autêntica escuta.

Eles buscam conforto

Mesmo depois de começar a morar sozinho e não mais depender financeiramente de meus pais, percebi o quanto ainda eu mesmo me mimava. Comprava frutas na feira para a ex-namorada, pagava as contas, limpava o banheiro, mas ainda assim dormia até me atrasar e enrolava o máximo possível quando era preciso fazer tarefas chatas na empresa ou em casa.
Nossos ancestrais caçavam animais, passavam frio, viviam à beira da morte. Nós pedimos pizza, usamos edredons e andamos de elevador com ar condicionado. Concordo que não dá mais para sair com um porrete para caçar antílopes, mas é preciso resgatar alguns comportamentos que ativam a energia masculina do destemor. Podemos começar com pequenas coisas como dispensar luva e cachecol se não estivermos congelando. Sempre me pergunto quando vejo um homem todo encapotado em uma temperatura de 15 graus: “Por que não sentir frio? Qual o problema?”.
Eu moro em São Paulo, não tenho luva, gorro ou cachecol, ando de camiseta e tomo banho gelado no frio. Nada demais, porém isso me deixa vivo e desperto. Tenho um amigo que nunca entende como eu posso passar um feriado em retiro, madrugando para meditar o dia inteiro, sem música, sem bebida, sem cafuné, sem diversão ou conforto algum, e ainda pagar por isso!
O conforto nos entorpece. Viver embaixo do edredon nos deixa sonolentos em vez de disponíveis, anestesiados em vez de atentos. É por isso que admiro mestres de meditação que, mesmo com toda a possibilidade de viver uma vida confortável, escolhem condições desafiantes como dormir no chão numa esteira de meditação em uma casa sem energia elétrica ou ficar imóvel com água congelante batendo na cabeça durante a meditação takigyo.


Enfim, como salvar essa geração?

Basta que cada homem mimado comece a se observar para perceber traços de irritabilidade, ansiedade, impulsividade e autocentramento. Em vez de trazer o conforto e o prazer que esperamos, os mimos causam aflições mentais e corporais. Sofremos mais, adoecemos mais. Assim que percebemos o problema, começamos a mudar por puro instinto de sobrevivência.
Se você namora um homem que manifesta algum dos comportamentos acima, não ceda aos seus mimos, dificulte as coisas, peça para ele ir à feira sábado às 6h só para comprar um pedaço de gengibre – diga que o do mercado não funciona para o chá que deseja preparar (isso já aconteceu comigo!). Peça que ele limpe o banheiro um dia antes da empregada chegar. Diga que não vai transar se ele não ficar duas semanas sem ejacular.
Se você é amigo de um cara mimado, desafie-o, encha o saco, tire sarro até ele mudar. Convide-o para algo que ele não domina: mergulho, rafting, montanhismo, poker, meditação ou uma noite de salsa com várias amigas.
Se você tem dúvidas se é um homem mimado, apenas se faça 3 perguntas: “Há alguma comida que eu rejeite?”, “Quanto tempo eu passo fazendo coisas para mim mesmo e quanto tempo eu gasto com foco em outras pessoas, direta ou indiretamente?”, “Com que frequência eu reclamo ou fico irritado?”.
Você pode tentar terapia cognitivo-comportamental, mas há meios mais simples e baratos de deixar de ser moleque de prédio. Como o mimo não é uma patologia biológica ou um distúrbio psicológico por excelência, mas um comportamento negativo (sintoma ou não de um problema maior), vou propor um método simples de cura. Nada muito sério ou científico: para quem não lava a privada, compre água sanitária e coloque AC/DC. Simples assim. Contemple sua própria vida, invoque desafios e elimine os seus mimos.
No próximo almoço, encha o prato com tudo o que normalmente não escolheria e coma com gosto. Supere a aversão a cheiros ruins, evite ejacular quando não tiver uma mulher na sua frente, pergunte o nome do porteiro, olhe o caixa nos olhos quando desejar “Um bom fim de semana pra você”, beba menos, faça alguma prática que lhe prive de todo conforto por algum tempo (seja uma vision quest ou um retiro de meditação), seja curioso em relação à vida de outras pessoas, tome banho gelado e dispense o cachecol. Enfim, vire homem.
E você? Que outros comportamentos observa em seus amigos mimados?
P.S.: Para mimados ou guerreiros, deixo um convite: de 25/7 a 23/8, vai rolar 5 workshops intensivos de TaKeTiNa. É uma experiência mind blowing. Recomendo! Todas as infos estão no meu blog sobre polirritmia. Estarei em todos os workshops, espero encontrá-los!

 por Gustavo Gitti


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nova tendência: Calça listrada.

Calça listrada: acha justo ou leva um susto?

 Muitas calças listradas foram vistas nos desfiles de verão 2013 em Nova York. Na foto: Marc Jacobs, Marc by Marc Jacobs, Tommy Hilfiger, Michael Kors e Kaelen .

 

Uma das tendências mais ousadas da temporada são as calças com listras verticais, ao gosto de Michael Jackson e Beetlejuice. Você já usou ou usaria?

Muito se fala das listras, listronas e listrinhas em blusas e vestidos, mas o uso da vez da estampa vedete do verão será nas calças - especialmente as justas. A tendência que já começou a ser mostrada nas passarelas internacionais em 2011, ganhou algumas adeptas no hemisfério norte e veio timidamente para as terras brasileiras. 



Há quem diga que listras verticais "emagrecem" mas, na prática, as calças com listras largas acentuam as curvas femininas; do bumbum à barriguinha. Símbolo de Michael Jackson e do personagem Beetlejuice de Tim Burton, as calças listradas ainda não conquistaram muitas mulheres por aqui. Veja looks de desfiles e famosas e opine, logo abaixo, sobre a tendência: 

 



Por que a virgindade feminina é tão valorizada?

Brasileira leiloa sua primeira noite de sexo e lances ultrapassam meio milhão de reais, enquanto homem que participa do mesmo projeto tem proposta máxima de R$ 3 mil

 

Uma brasileira de 20 anos ganhou as manchetes quando veio à tona o curioso projeto do qual está participando. Catarina Migliorini está leiloando a sua virgindade através de uma produtora australiana, para um documentário intitulado “Virgins Wanted”. Além de Catarina, também participa do projeto o russo Alexander Stepanov, de 21 anos. Enquanto interessados por uma noite com Catarina se propõem a pagar o equivalente a mais de meio milhão de reais, os lances feitos pela virgindade de Alexander não ultrapassavam R$ 3 mil. Por que os valores são tão diferentes?

A antropóloga Mirian Goldenberg acredita que o simbolismo da virgindade feminina tem ainda forte influência na sociedade. “O homem, quando desvirginado, não perde nada. A mulher perde, mesmo que seja um pedaço minúsculo de pele. Esse pedaço simboliza algo importante, o fato dela nunca ter sido possuída por ninguém”, afirma.
Historicamente a virgindade feminina sempre teve um valor alto, não necessariamente monetário. Há não muito tempo, se a mulher não fosse mais virgem, não servia para casar e poderia até perder o convívio com a família. Mesmo em muitas sociedades que avançaram no conceito de igualdade entre homens e mulheres, a virgindade feminina mantém seu status de preciosidade.

“Vivemos em uma cultura patriarcal que está perdendo suas bases, mas ainda existe. A questão da virgindade sempre foi usada como se fosse algo precioso e ainda é vista dessa maneira por muita gente”, diz a psicanalista e escritora, autora de “O Livro do Amor” (Ed. Best Seller) Regina Navarro Lins.
Ao contrário da brasileira que concordou em colocar um preço na sua virgindade, a funkeira Valesca Popozuda, conhecida por cantar letras eróticas e afirmativas do prazer feminino, acredita que é impossível chegar a um valor. “A virgindade é importante para quem tem. Não tem preço”.
“O escolhido”
Mesmo que a importância da virgindade feminina seja um consenso entre especialistas, um aspecto do leilão não pode ser ignorado: a participação ativa da mídia em divulgar o valor da transa a cada lance dado. “Será que alguém pagaria R$ 500 mil para desvirginar uma mulher se não fosse um evento público, disseminado nas redes sociais? Alguém pagaria isso se apenas o homem e a mulher soubessem? A resposta provavelmente seria ‘não’”, afirma a sexóloga Walkíria Fernandes.

O desejo do homem de tirar a virgindade de uma mulher também pode ser impulsionado por motivos bem mais práticos. “Transar com uma virgem pode significar que esse homem está isento de ter o seu desempenho sexual comparado ao de outros homens, já que ela, por ser virgem, não tem nenhuma referência da atuação sexual de outro homem. Além disso, ser o primeiro homem na vida sexual de uma mulher faz com que ele se sinta privilegiado por ter sido ‘o escolhido’”, completa Walkíria.

Quem quer transar com um homem virgem?
Se para a mulher a virgindade não é motivo de constrangimento, para o homem é diferente. A diferença entre os valores pelo mesmo “produto” no leilão de virgindade nada mais é do que um reflexo do que se espera dos dois gêneros entre quatro paredes.
De acordo com Walkíria, vivemos um duplo padrão de educação sexual. “O homem é educado para ser o garanhão e a mulher para ser apenas de um ou de poucos homens. Quanto mais a mulher se resguardar, mais será valorizada. Quanto mais experiências sexuais um homem tiver, mais macho ele será.”
“Se a mulher é valorizada pelo não conhecimento de uma vida sexual, o homem é muito mais cobiçado pela experiência que tem e não pela falta dela. Quantas mulheres gostariam de transar com um virgem?”, indaga a terapeuta sexual Luciane Secco.
Valesca se exclui. “Não tenho essa tara de ensinar. Acho que a transa deve ser como ir a um parque de diversões e isso só pode acontecer se os dois tiverem experiência”, diz.

Críticas
Enfrentando críticas severas, principalmente em grupos de discussão em redes sociais, a brasileira parece determinada a fechar negócio. Nem todos aceitam que a virgindade possa ser tratada como um “produto”, conferindo a seu dono a liberdade de vender ou dar para quem desejar. “Por mais que as mentalidades mudem ao longo do tempo, sexo ainda é tabu. O moralismo existe. As mulheres foram condicionadas a ver sexo só acompanhado de amor”, aponta Regina.
“Ainda existe essa ideia de que para as mulheres sexo e amor são coisas inseparáveis. Você não vende sexo, é como você se vender por inteira. Enquanto que para os homens é possível pensar que sexo e amor são coisas separadas. Quando eles traem, podem alegar que foi só sexo, mas como sabem que as mulheres pensam de outra forma, não aceitam a mesma justificativa quando elas a usam”, explica Mirian Goldenberg.

 

Pais usam tecnologia para vigiar vida online dos filhos

Aplicativos permitem aos adultos monitorar as atividades das crianças na internet, mas atitude é discutida entre pais norte-americanos

 

Quando seus filhos tinham idade suficiente para ter seus próprios laptops, Jill Ross comprou um software para vigiar o que eles pesquisam na internet. Um dia ela foi surpreendida ao descobrir que a filha de 16 anos montou seu próprio canal de vídeo.

Usando a câmera em seu laptop, ela e uma amiga estavam gravando algumas brincadeiras de adolescente e as transmitindo pelo YouTube para o mundo ver.
Para Ross, que vive nos subúrbios de Denver, essa foi não só uma maneira de enxergar o que se passa na cabeça de sua filha, mas também um símbolo dos novos obstáculos que os pais de hoje precisam enfrentar. Ela não contou a sua filha que havia se registrado para assistir o canal. A filha tampouco lhe disse que tinha um canal de vídeo na internet.
“É uma maneira diferente de conhecer seus filhos”, disse Ross sobre sua descoberta.


Vigiar ou não?
Os pais hoje podem usufruir de uma variedade de ferramentas para acompanhar as vidas digitais de seus filhos, o que levanta novos dilemas. Será que vigiá-los é a melhor maneira de protegê-los? Ou os pais devem confiar que as crianças contarão se ficarem com medo ou desnorteadas por algum conteúdo encontrado online?
As respostas são tão variadas quanto os próprios pais. Mesmo assim, as ansiedades dos pais na era digital criaram uma mini-indústria de empresas startups e empresas estabelecidas que comercializam novas ferramentas para rastrear onde as crianças vão online, que tipo de conteúdo eles encontram lá e o que fazem.

Como as crianças estão sempre ligadas em seus smartphones, a tecnologia pode permitir aos pais rastrear seu paradeiro físico e até mesmo controlar a velocidade com a qual dirigem.
De acordo com uma pesquisa recente da Cox Comunicações e do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas, uma família americana usa em média cinco aparelhos conectados à internet em sua casa, incluindo smartphones. Mas apenas um em cada cinco pais usa softwares de controle sobre esses dispositivos.

Falta de confiança
Em Richmond, Virgínia, Mary Cofield, 62, é uma das cuidadosas. Ela fez um acordo com sua neta de 15 anos de idade no ano passado. Mary ofereceu à neta um celular Android com um pacote completo de acesso à internet, desde que pudesse monitorar cada ação dela.
“Na minha opinião, você tem que participar de tudo isso para ajudá-los a saber o que é errado e o que é certo”, disse. “Proibi-los de usar essa tecnologia não funciona. Ou você decide participar com eles, ou eles irão usufruir desse mundo sem você.”
Pesquisas descobriram que dois terços dos pais monitoram a navegação infantil e quase 40% seguem seus filhos no Facebook e no Twitter. Mas um estudo realizado pelo Pew Research Center indica que este acompanhamento também costuma levar a discussões entre pais e filhos.
A tecnologia é tão ágil como adolescentes, mas nem os pais nem a própria tecnologia pode fazer uma leitura segura da mente de um adolescente. Às vezes as crianças desativam suas contas do Facebook, exceto à noite, quando sabem que seus pais provavelmente não estão logados. Eles navegam em novos sites, muitas vezes usando pseudônimos. Muitas vezes, falam em um código projetado para driblar a vigilância paterna.
Lynn Schofield Clark deu a sua filha de 11 anos de idade um iPhone desativado, apenas para ouvir música. A menina disse na mesma hora que um amigo na escola havia lhe mostrado como baixar um aplicativo que a permitiria enviar mensagens de texto e fazer chamadas - o que ia contra os planos dos seus pais.
Clark, autora de um livro sobre estilos de educação dos filhos e tecnologia chamado “App The Parent”, diz ter ficado aliviada porque sua filha tinha confiado nela. Ela espera que continue a confiar, assim ela não precisa controlar tudo que a criança faz online. “É muito fácil ceder à fiscalização”, disse ela. “Isso mina nossa influência como pais. As crianças interpretam a vigilância como uma falta de confiança.”

 

 

Crianças X computadores: benefícios e males da era tecnológica

Manter as crianças longe do computador ou ensiná-las desde cedo? Especialistas debatem o dilema entre educação e proibição

 

Antigamente não tinha choro nem vela: a brincadeira fora ou dentro de casa consistia basicamente de atividades com bolas, bonecos, carrinhos e jogos como esconde-esconde. Hoje, são poucas as crianças que nunca pediram para mexer no celular da mãe ou não tentaram descobrir o que havia de tão interessante na tela do computador do pai. Mas até que ponto permitir o envolvimento com estes eletrônicos é benéfico aos filhos? Para Valdemar Setzer, professor aposentado do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP (Universidade de São Paulo), não há o que discutir: até que eles cheguem aos 17 anos, passatempos tecnológicos deveriam estar fora de questão.

“Tanto o computador como todos os outros meios eletrônicos exigem uma enorme autodisciplina e um enorme autocontrole, coisa que as crianças e jovens não possuem”, afirma o especialista, também autor do livro “Meios Eletrônicos e a Educação: Uma Visão Alternativa” (Editora Escrituras). Segundo Setzer, as crianças ainda estão desenvolvendo a capacidade de discernir o que é verdadeiro ou falso, bom ou mau, e colocá-las diante de uma tela cheia de possibilidades e informações é uma porta aberta para diferentes perigos. Mas nem todos os especialistas são tão radicais. Tadeu Terra, professor e Diretor Editorial de Mídia Digital do COC, escola pioneira no uso de computadores em salas de aula, defende que o papel dos pais é ser guia e mediador na relação com a tecnologia, e não proibidor –  até porque, segundo ele, as crianças terão contato com celulares, computadores e com a internet quer os pais permitam, quer não.

Para Setzer, o tipo de pensamento estimulado pelo computador é excessivamente exato e restrito para uma criança. “Ele prejudica a capacidade de pensar e imaginar delas, mostrando que o uso frequente do computador é um dos fatores para a piora do rendimento escolar, por exemplo”.

Criatividade em falta?

“Qualquer atividade virtual é irreal e se apresentam figuras e desenhos, não há a imaginação. Porque usar o computador se há jogos que podem ser jogados com as mãos?”, questiona Setzer. Ao contrário dele, Tadeu Terra não vê o universo virtual como tamanha ameaça às crianças. “Os jogos físicos e virtuais podem ser equivalentes: a questão está na proposta do jogo, e não no meio utilizado”, diz. Segundo ele, os pais devem pensar primeiro em quais habilidades a criança está desenvolvendo.

O pediatra antroposófico Antonio Carlos de Souza Aranha concorda com a questão levantada por Setzer. “É importante que a criança desenvolva primeiramente a criatividade e o raciocínio para depois utilizar os meios eletrônicos livremente, sem se tornar dependente da tecnologia”, acredita. As festas infantis atuais exemplificam bem o que ele quer dizer: enquanto hoje costuma haver a necessidade de um ambiente temático, além de um profissional para animar a festa de aniversário do filho, antigamente só era necessário deixar as crianças no quintal para que elas inventassem o que fazer e se divertissem. “Hoje em dia as crianças são cada vez mais consumidoras e menos criativas em todos os níveis – ação, emoção e pensamento – e isso é um grande perigo”, diz o pediatra.

No entanto, se houver uma ênfase da família em desenvolver estes três níveis de capacidade, colocar a criança em contato com o computador ou até mesmo com a televisão pode ocorrer sem malefícios. Por outro lado, se houver acomodação dos pais, a coisa muda de figura: colocar uma criança sem supervisão diante de um destes meios é arriscado.
Tecnologia 24 horas

Deixar a criança brincando no computador o tempo inteiro está mesmo fora de cogitação. De acordo com Terra, os pais devem estabelecer uma disciplina para o uso dos meios eletrônicos, e não simplesmente eliminar o computador da vida dos filhos. “As crianças já possuem uma atração muito grande pela tecnologia, a menos que você nunca a deixe chegar perto de qualquer meio eletrônico”, afirma. Contando que grande número de adultos anda para lá e para cá com celulares em mãos, este contato se torna inevitável. “Uma criança de três anos já é capaz de entrar sozinha na internet e assistir um vídeo no Youtube, então você precisa mostrar o que aquilo significa”, revela ele.

Embora os meios eletrônicos estejam espalhados por todos os lados e haja a possibilidade de serem utilizados de maneira correta por crianças e jovens, Terra ainda aponta que há riscos a serem evitados. “Como pai e educador, minha função não é a de tirar o computador das crianças, mas sim de mostrar o que significa. Senão ele vai fazer escondido”, afirma.

Evitar que um pré-adolescente crie um perfil numa rede social, por exemplo, é bastante difícil, mesmo que os pais o proíbam. A questão, portanto, é: quem irá informá-lo sobre as medidas que devem ser tomadas por questão de segurança, como por exemplo, não revelar informações pessoais? “Existem vários pais que acham que os filhos nem sabem mexer no computador, mas um dia descobrem que eles têm até perfil no Orkut. Incluir a tecnologia como algo que faz parte do dia a dia e vê-la de forma positiva é necessário”, acredita Terra.

Mas tampouco é preciso colocar um computador no quarto do seu filho para que ele não se sinta “por fora” diante dos colegas de escola. O pediatra ressalta que, junto às atividades de introdução à informática, é essencial que as crianças tenham outros estímulos: “Os pais devem se preocupar em desenvolvê-las através das artes, das atividades criativas e também das atividades físicas”. Afinal, levar somente a facilidade mecânica dos computadores em consideração não colabora para o desenvolvimento de novas capacidades. É como aprender a fazer contas direto na calculadora: você perde a aquisição da capacidade mental de calcular.

Faixa etária e autonomia

O professor Valdemar Setzer é categórico: o uso de computadores sozinho, sem supervisão dos pais, deve começar somente a partir dos 17 anos – segundo ele, a idade em que o jovem já está preparado para utilizar a tecnologia de forma saudável. O pediatra Antonio Carlos de Souza Aranha é menos radical: para ele, a partir dos 14 anos já é possível que o jovem utilize a informática com autonomia, sem a possibilidade de se tornar dependente: “Os pais são livres para educarem os filhos como preferirem, mas a criança que não desenvolver capacidades criativas poderá usar o computador para fugir do contato com o mundo – assim como algumas fogem nas drogas”.

Terra discorda. “Existem atividades educativas que as crianças de quatro anos já podem realizar no computador, naturalmente acompanhadas dos pais”, revela ele. “Mas é necessário realizar um trabalho para que ele chegue na adolescência agindo de forma segura diante da internet, por exemplo”, completa. Segundo ele, a criança entrará em contato, de uma maneira ou de outra, com a tecnologia, e terá mais interesse de descobrir o que é o plano digital. “À medida que ela for solicitando isso, os pais devem ter muita atenção: não é como deixar a criança brincando com uma bola no quintal. Os riscos que ela corre diante do computador são realmente maiores”, revela o especialista.

“A civilização não andaria hoje sem o computador, mas a criança deve passar pelas etapas que a humanidade toda já passou até agora”, resume Antonio Carlos. Ou seja: desenvolver primeiro a criatividade e o raciocínio próprios, para depois dominar uma ferramenta que é parte integrante da vida moderna – e que jamais funcionaria sem a criatividade e o raciocínio humanos. 

70% das crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos têm perfil em redes sociais

Pesquisa mostra que 25% destes perfis são públicos, enquanto percepção de perigo dos pais é baixa: 37% acham que é impossível o filho passar por um constrangimento na rede

 

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta terça-feira (02) os resultados da primeira pesquisa TIC Kids Online Brasil. O objetivo é levantar dados sobre oportunidades online e uso seguro da internet. No total, foram entrevistadas 1.580 crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos e o mesmo número de pais.
De acordo com o estudo, 70% dos entrevistados possuem perfil próprio em redes sociais. “Chama atenção o fato do uso das redes sociais no Brasil superar o uso na Europa entre crianças nessa faixa etária, onde o uso atinge 57%”, declara Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.
Entre os que possuem perfil próprio nas redes sociais, 42% foram configurados para serem privados, onde apenas amigos podem visualizar as atualizações feitas pelo usuário. 31% permitem que amigos de seus amigos possam acompanhar seus perfis e 25% possuem perfis públicos, ou seja, qualquer pessoa pode visualizar todas as atualizações e postagens do usuário.

Percepção dos pais
Segundo a pesquisa, 37% dos pais e responsáveis acreditam que não é nada provável que seu filho passe por alguma situação de incômodo ou constrangimento na internet nos próximos seis meses. Além disso, 71% dos pais acham que os filhos usam a internet com segurança e 35% acreditam que eles são capazes de lidar com situações que os incomodem na internet.
Outro indicador da pesquisa mostra que 23% dos usuários entre 11 e 16 anos já tiveram contato na internet com alguém que não conheciam pessoalmente. Entre os que estabeleceram esse contato, 25% declararam ter encontrado pessoalmente alguém que conheceu online. O CERT.br divulgou um volume em sua Cartilha de Segurança para Internet com dicas específicas em redes sociais. O material está disponível no endereço eletrônico cartilha.cert.br . 
A pesquisa revela ainda que 47% das crianças e adolescentes entre 9 e 16 anos acessam a internet todos os dias ou quase todos os dias em diversos lugares: 42% ficam online na escola, 40% em casa e 35% na lanhouse. 18% dos entrevistados citaram o celular como ferramenta de acesso à internet.

 

O Facebook pode prolongar a dor após uma separação?

Embora ajude casais a se sentirem conectados 24 horas por dia, a ferramenta se torna um problema quando a relação termina, segundo estudo.

 

Usar a rede social para rastrear um ex pode impedir a pessoa de esquecer o antigo relacionamento e seguir em frente. “As pessoas que se envolveram em vigiar o ex-companheiro através do Facebook, ou seja, aquelas que frequentemente entram na página do ex e de seus amigos, informaram que houve um atraso na recuperação emocional depois de um rompimento, se comparadas com quem realizava uma vigilância menos frequente”, disse a autora do estudo Tara Marshall, do departamento de psicologia da Brunel University’s School of Social Sciences in Uxbridge, na Inglaterra.
“Elas relataram maior estresse relacionado ao rompimento, mais sentimentos negativos em relação ao ex-parceiro, como ciúme e hostilidade, mais desejo sexual pelo ex e menos crescimento pessoal”, afirmou.
O Facebook, a maior rede social do mundo, tem mais de 900 milhões de usuários, Marshall observou. Pesquisas anteriores indicaram que um terço deles usam o site para monitorar as atividades de ex-parceiros.
Esta “amizade” contínua permite que ex-amantes mantenham controle da vida do outro através de atualizações de status, mensagens no mural e fotos. E, dependendo das configurações de privacidade, até mesmo um ex que não esteja na lista de amigos pode ter acesso a informações em posts públicos e em páginas de amigos em comum.

Desgosto maior
Para o estudo, publicado no início do mês no site do jornal “Cyberpsychology, Behavior and Social Networking”, Marshall convidou mais de 450 usuários do Facebook para completar uma pesquisa on-line criada para avaliar estado emocional e padrões de uso do Facebook após uma separação.
A maioria era composta por mulheres e 87% dos entrevistados eram americanos. Quase dois terços estavam na faculdade e um terço tinha completado o ensino médio. Embora quase metade fosse formada por solteiros, todos tiveram pelo menos um rompimento com um parceiro romântico que também mantinha uma conta no Facebook na época.
Baseada nas respostas, a pesquisadora estabeleceu a ligação entre a vigilância contínua do ex pelo Facebook e a maior demora na recuperação e no crescimento emocional da pessoa rejeitada. Isso não acontecia com quem se mantinha desconectado. Quanto maior a espionagem feita através do Facebook, maior o desgosto, resumiu a pesquisadora.

Opiniões contrárias
Entretanto, outros especialistas não estão convencidos disso. Eli Finkel, professor associado de psicologia social da Universidade Northwestern, em Illinois, nos Estados Unidos, disse que estes resultados ainda não são suficientes para convencer alguém a deletar a conta no Facebook.
“Para a autora do estudo, o uso contínuo do Facebook por alguém que acaba de terminar um relacionamento faz a pessoa ficar ainda mais angustiada, mas a pesquisa não prova isso”, disse ele. “O que me parece mais plausível é que, como já está especialmente perturbada por causa do rompimento, a pessoa pode se tornar obsessiva e perseguir o ex no ambiente virtual, tentando descobrir mais sobre ele no Facebook.”
“Ou pode ser que essa pessoa forme um ciclo vicioso: o estresse do rompimento pode levá-la a procurar informações sobre o ex no facebook e, depois de encontrar o que procura, ela fica ainda mais angustiada”, Finkel acrescentou.
É possível que o Facebook não interfira na motivação para perseguir um ex, “mas facilite essa tarefa", disse ele. “Mas não há nada nesta pesquisa que comprove ou desminta nada disso.”

Jeffrey Hall, professor assistente de comunicação na Universidade de Kansas, em Lawrence, nos Estados Unidos, concorda. “Eu não acho que este estudo estabeleça que participar do Facebook torna um rompimento mais problemático do que antes da rede social, quando as pessoas que passavam por uma angústia pós-separação buscavam informações sobre o ex com amigos e com os amigos dos amigos”, disse.
“Mesmo que o Facebook possa ser um mecanismo único para vigiar alguém, isso não mostra que as nossas motivações para ir lá buscar informações estejam especificamente relacionadas com a rede social, ou que, uma vez lá, você se sinta ainda mais angustiado do que já estava”, finaliza Hall.

 

sábado, 13 de outubro de 2012

Os 11 melhores aplicativos de viagem

Esqueça o guia de viagem. Os smartphones são a nova arma dos viajantes na hora de organizar e planejar o roteiro de férias

 

Antes um inimigo de quem sai de férias, o celular pode ser hoje um grande companheiro de viagens. Ele não é útil somente para ligações. Com um smartphone, além de manter contato com os amigos pelo e-mail e pelas redes sociais, você pode utilizá-lo como notebook, GPS, câmera fotográfica e guia de viagem. É só baixar os populares aplicativos – os chamados apps – em seu celular. Alguns estão disponíveis só para iPhone, enquanto outros funcionam em Blackberry, aparelhos com sistema Android e Windows Phone, entre outros.

Com poucos cliques no celular, dá para fazer reservas de hotéis e passagens aéreas, consultar o significado das palavras em diferentes línguas, converter moedas e medidas, entre tantas outras funcionalidades.
Selecionamos os 11 melhores aplicativos para viajar de forma mais fácil. Confira:

 

- Para se comunicar em qualquer lugar

WhatsApp
Este aplicativo para troca de mensagens instantâneas entre smartphones pode ser de grande ajuda nas viagens. Você pode bater papo e contar as novidades para os amigos e a família sem gastar com roaming, basta que a pessoa com quem quer falar também tenha o WhatsApp instalado. Nas viagens internacionais, dá para aproveitar os lugares com conexão Wi-Fi para conversar sem se preocupar com o preço das ligações.

Compatível com iPhone, Android, Nokia e BlackBerry 

 

-  Previsão do tempo

Bastante popular e com informações precisas, este aplicativo mostra a previsão do tempo naquele momento, por hora e até para os próximos dez dias. No dia a dia da viagem, saber se vai fazer sol ou chover pode ser de grande ajuda para programar uma ida à praia, agendar um passeio de barco ou mesmo escolher a roupa mais adequada.
Compatível com iPhone, Android, BlackBerry e Windows Phone
Preço: gratuito.

 
- Reserva de hospedagem
Booking.com
Precisa de um quarto de hotel no meio da viagem? Este aplicativo do site de buscas de hotéis Booking.com permite fazer reserva de forma descomplicada em um dos mais de 190 mil estabelecimentos cadastrados. Dá para ler a opinião dada por outros hóspedes, ver fotos dos hotéis e descobrir as hospedagens mais próximas do lugar em que você está.
Compatível com iPhone e Android
Preço: gratuito.


 
Hostelworld
Para os mochileiros de carteirinha, este aplicativo é ainda melhor que o Booking.com. Com ele, você pode buscar por albergues, bed & breakfast e hotéis baratinhos em mais de seis mil destinos do mundo. Dá para pesquisar por preço, cotação dos usuários e pelo nome do hostel e fazer a reserva de forma prática.
Compatível com iPhone e Android.

 

- Conversor de medidas

Right Size
Se você quer aproveitar a viagem ao exterior para fazer umas comprinhas, o Right Size pode lhe ajudar a descobrir qual numeração das roupas e dos sapatos correspondem às brasileiras. É útil, sobretudo, na hora de comprar presentes ou encomendas para amigos e familiares, que não podem provar as peças. Há outros aplicativos do gênero disponíveis para Smartphones, mas, diferente do Right Size, eles não dispõem da numeração brasileira.
Compatível com iPhone
Preço: US$ 1,99


 

- Conversor de moedas

XE Currency
Ter um conversor de moedas confiável no celular é muito útil para ter certeza do quanto está gastando e não extrapolar nos gastos. Há vários aplicativos gratuitos disponíveis para Smartphones. O XE Currency converte moedas de mais de 180 países, com a cotação do dia sempre atualizada.
Compatível com iPhone, Android, BlackBerry e Windows Phone
Preço: Gratuito

 
- Tradutores
Google tradutor
Mesmo quem não domina a língua precisa achar meios de se comunicar. O aplicativo da popular ferramenta do Google traduz palavras e frases em mais de 60 idiomas. Em algumas línguas, dá para traduzir o texto falando ao invés de digitá-lo e ouvir algumas traduções. Para utilizar o aplicativo, no entanto, é preciso estar online.
Compatível com iPhone e Android
Preço: Gratuito

 

Tradutor de viagem

O Tradutor de Viagem pode ajudá-lo a se comunicar em momentos cruciais. Ele é uma espécie de livro eletrônico ilustrado que oferece a tradução de mais de duas mil frases e palavras comumente usadas em viagens para outras 23 línguas. Não sabe como pronunciar a frase? É só dar o play que as expressões são pronunciadas por locutores nativos. A vantagem deste aplicativo é que ele pode ser utilizado mesmo quando não há Wi-Fi.
Compatível com iPhone e Android
Preço: R$ 18,06 (Android) e US$ 9,99 (iPhone)


 Expensify
Se ao fim do dia você não sabe o quanto já gastou, o Expensify pode lhe ajudar a organizar as finanças durante a viagem. Dá para organizar os gastos de acordo com categorias criadas por você. O programa permite importar a fatura do seu cartão de crédito ou da sua conta bancária e, de forma rápida, categorizar ou renomear despesas. Outra funcionalidade deste aplicativo é que ele tira fotos dos recibos, lê os valores descritos e os transfere para o banco de dados.
Compatível com iPhone, Android e BlackBerry
Preço: gratuito

OffMaps 2
O Google Maps pode lhe ajudar a achar qualquer caminho, mas é preciso que você esteja online. Então, o que fazer quando se está no meio da estrada ou perdido na cidade sem conexão no celular? Alguns aplicativos, como o OffMaps, permitem que você baixe inúmeros mapas para serem usados depois na versão GPS, mesmo sem conexão para internet.
Disponível para iPhone
Preço: US$0,99

TripAdvisor
O maior site de resenhas de usuários tem um aplicativo bem útil para celular. Dá para ver as dicas de milhares de pessoas de atrações, hotéis, restaurantes e passeios, como se fosse uma guia de viagem. O melhor é que dá para ver as indicações de atrativos próximos a você.
Compatível com iPhone, Android e Nokia
Preço: Gratuito

 

Redes sociais afetam o cérebro do mesmo jeito que a paixão

Como eu te amo, meu Twitter! 
Como eu te amo, meu Twitter!
Eis que a ciência aparece para explicar por que a gente gosta tanto de redes sociais. O pesquisador Paul J. Zak, professor da Claremont Graduate University (EUA), descobriu que uma simples troca de tweets ou um amigo curtindo nosso status no Facebook pode aumentar nossos níveis de oxitocina, conhecida como “hormônio do amor” (ela estimula sentimentos como empatia, generosidade e confiança, e tem altas quando estamos apaixonados).
A cobaia foi o jornalista Adam Penenberg (que conta a experiência toda aqui). Ele cedeu amostras de sangue antes e depois de passar 10 minutos batendo papo no Twitter. Nesse tempinho, seu nível de oxitocina subiu 13%. (Para se ter uma ideia, uma alta equivalente à observada em um noivo prestes a subir no altar.) E nem é só isso: seus níveis de cortisol e ACTH, hormônios ligados ao estresse, caíram 11% e 15%, respectivamente.
Isso leva a crer que o cérebro percebe o tempo que “perdemos” no Twitter e no Facebook, por exemplo, como se estivéssemos interagindo diretamente com pessoas queridas. E aí libera a oxitocina, que dá um pouquinho daquele “barato” que a gente sente quando se apaixona. Sem falar que, ao suavizar os hormônios do estresse, derruba também o risco de problemas cardiovasculares, como infartos e derrames. Ou seja: tuitar é bom para o coração em todos os sentidos. Justamente a desculpa que você precisava para procrastinar sem culpa, né?

Música romântica deixa mulheres mais “facinhas”

Te dei o sol, te dei o mar pra ganhar seu coração, você é raio de saudade, meteoro da paixão... 
“Você é raio de saudade, meteoro da paixão…”
Mulheres, fiquem ligadas. E homens: aproveitem! Uma equipe de psicólogos franceses (das universidades de Paris e de Brittany) reuniu 87 mulheres solteiras, entre 18 e 20 anos, para um experimento bem dos maliciosos (brincadeira, é superválido): será que uma trilha-sonora romântica deixaria as moças mais propensas a cair na cantada de um desconhecido?
Primeiro, as voluntárias (que achavam estar participando de uma pesquisa de marketing) passaram cinco minutos em uma sala de espera ouvindo: a) uma balada romântica (Je L’aime a Mourir, do francês Francis Cabrel) ou b) uma canção neutra (L’heure du The, de Vincent Delerm). Depois iam para outra sala, onde discutiam as diferenças entre duas marcas de biscoito (tudo fictício) com um entrevistador de 20 anos (descrito como “normal” – ou seja, nem especialmente bonito, nem feio). Eis que, no fim do papo, ele jogava a cantada: “Meu nome é Antoine, como você já sabe. Gostei muito de você e estava pensando se você me daria o seu telefone. Eu te ligo e a gente pode sair para um drink na semana que vem”.
Só 28% das moças que ouviram a música neutra caiu no papo. Mas quase o dobro (52%) das que esperaram ouvindo a musiquinha romântica topou o encontro e passou o telefone. O efeito foi tão significativo que o estudo foi publicado no periódico Psychology of Music com o nome Love is in the air (sabe? migre.me/QYeG). Dá pra ver a íntegra do trabalho aqui.

Egito reabre pirâmides e espera retorno de turistas

Com o reestabelecimento da tranquilidade no país, as principais atrações poderão ser novamente visitadas

O Egito reabriu algumas de suas principais pirâmides que estavam em reforma, e espera voltar a atrair os milhares de turistas que visitavam o país antes do período de protestos e violência, conhecido como Primavera Árabe, que levou à queda do governo de quase 30 anos de Hosni Mubarak.
Desde o ano passado, houve uma forte queda no número de pessoas que visitam o país, por conta da violência e da instabilidade. Os números ainda são relativamente pequenos, mas as autoridades dizem que os turistas estão voltando aos poucos.
As pirâmides de Chefren e Giza estão novamente abertas ao público, e o clima no país - pelo menos nas regiões turísticas - é de tranquilidade.


 

domingo, 7 de outubro de 2012

Olhar nos olhos

“Não confio em quem não olha nos olhos e abraça mole. Acho que falta mais olho no olho na vida. As pessoas mal se olham nos olhos, mal se cumprimentam, mal se beijam. Selinho é bom, mas beijo de língua é melhor ainda. Tapinha no ombro não me seduz, gosto mesmo é de abraço apertado, abraço quentinho, abraço bem abraçado. Não gosto de quem oferece o rosto, gosto do barulhinho do beijo estalando na bochecha, todo oferecido, bem exibido. As pessoas ficam hesitando, não querem se dar. Mas a gente tem que se dar por inteiro. Ficam nesse vou-não-vou, quero-não-quero. Tem que querer, rir, ir. Sem medo, sem cobrança, sem procurar motivos. Mesmo porque os motivos só aparecem bem lá na frente. Uma hora a vida resolve nos dar explicações, mas não tente procurar agora, esse não é o momento. Não dá pra ficar se questionando. Eu sei, sei que a gente questiona, que os pontos de interrogação rondam a cabeça e o coração. Mas sossega, aquieta o pensamento, deixa os sentimentos chegarem, ficarem, se instalarem. Para, então, você viver de forma mais plena e feliz.”
 

sábado, 6 de outubro de 2012

Nunca.

"Nunca bata uma porta, você pode querer voltar."


Foto: "Nunca bata uma porta, você pode querer voltar."
Provérbio Espanhol

Foto: Tim Noack

Por que eles não têm coragem de terminar o namoro?

Muitos homens preferem sabotar um relacionamento até que a parceira desista dele a encarar a hora de dizer que o amor acabou

"Ele começou a chegar tarde sempre, brigava por qualquer motivo, se recusava a ir a qualquer evento de família. Entre o terceiro e o quarto ano de nosso namoro, a vida foi um inferno", conta a arquiteta Júlia Barros, 31, sobre seu último relacionamento. "Sofri muito e tivemos incontáveis discussões para tentar salvar a relação. Até que me dei conta de que quem queria salvar a relação era só eu. Ele queria terminar, mas não tinha coragem. Então destruiu nosso namoro até que eu tive que tomar a iniciativa e por um fim em tudo", diz. "Não bastou perder o namorado, ainda tive que fazer todo o trabalho sujo. Achei a atitude dele tão covarde que até me ajudou a superar a perda - no fim, acho que não estava perdendo grandes coisas".

 O senso comum de que mulheres buscam um relacionamento estável de forma mais incisiva do que os homens também diz que, na hora de terminar esse relacionamento, elas também são mais diretas. "De maneira geral, as mulheres quando querem terminar um relacionamento têm mais facilidade de deixar isso bem claro para o parceiro. O homem prefere enrolar ou provocar a mulher até que ela tome a atitude por ele", afirma a psicanalista Ana Claudia Ferreira de Oliveira. 

Mas o que leva alguém que não quer mais estar em um relacionamento a preferir sabotá-lo a conversar sobre o fim? "Talvez haja uma diferença porque o homem não lida bem com os seus sentimentos de dependência e tem esse papel de ser o provedor, o que cuida. Ele pode subestimar as mulheres e por razões suas considerá-las frágeis", diz o psiquiatra Márcio Pinheiro. "Eles querem sempre agradar as
mulheres na tentativa de `sairem bem na foto´ com todas, e evitarem ter que lidar com os sentimentos despertados na mulher pelo término da relação", avalia Ana Claudia.

Quem ajudou a arquiteta Júlia Barros a entender que seu namorado estava usando todas as armas - menos a conversa - para terminar o romance foi a amiga e também arquiteta Renata Mendes. "Isso já me aconteceu tanto que me considero especialista no assunto", diz. Como "expert", a amiga de Júlia diz o que os homens podem fazer de pior nessa situação: "O mais humilhante é alguém com quem você dividiu sua vida simplesmente desaparecer. Deixar de atender ligações, de te procurar. É uma grosseria e machuca muito. Mas é bem comum".

Apesar de ser doloroso e pouco respeitoso, o método de "implosão" do relacionamento adotado por muitos homens acaba dando o recado mais cedo ou mais tarde. "No fundo nós sempre
sabemos ou sentimos quando somos queridas ou desejadas, mas muitas vezes temos medo de encarar isso e tomar a atitude de romper com aquele relacionamento", diz a psicanalista Ana Cláudia. Ou seja, a parceira acaba percebendo e o relacionamento uma hora acaba. Mas o custo emocional é altíssimo. A falta de clareza e honestidade nos relacionamentos pode comprometer também a parte boa. "Quem está sendo rejeitado sempre sabe. O perigo é a pessoa por razões pessoais se sentir rejeitada quando isso não está acontecendo. Ou pior: provocar a rejeição", afirma o psiquiatra Márcio Pinheiro.

A hora de terminar
Reconhecer o momento em que um namorou ou casamento não funciona mais para algum dos parceiros não é tarefa simples nem indolor. "Nós temos esse defeito de fabricação: não lidamos bem com a separação. Aliás, é mais do que isso: temos horror a ela", diz Márcio. Na prática, é preciso um exercício de comunicação. Para Ana Cláudia, "depende do quanto cada um dos parceiros quer fazer aquele
relacionamento funcionar. Se só um quer e está trabalhando sozinho pra isso, vai nadar e vai morrer na praia. É preciso que os dois parceiros encarem a crise e sejam muito claros um com o outro com relação ao desejo de continuar e os esforços e atitudes que vão tomar para efetivamente enfrentarem juntos essa crise". Se não for assim, é hora de encarar a separação. E um aviso aos que tentam fugir dela para "preservar" a parceira: de qualquer maneira, vai doer. 


"Separações sempre doem. Até quando não amamos mais o parceiro, porque há muitas perdas envolvidas, além da enorme dor narcísica de encarar que fracassamos naquela tentativa de relacionamento", afirma Ana Cláudia. Márcio Pinheiro faz coro: "Não tem jeito. Quem quiser encontrar o amor, vai ter de sofrer, vai ter de chorar. Quem é capaz de sofrer é tambem capaz de sentir alegria. A gente bebe essas coisas no mesmo copo. Separação dói e não adianta sair por si negando a dor e se relacionando com Deus e todo o mundo na esperança de não sofrer. O melhor é passar pelo luto, sentir tudo que tem direito e depois perceber que milagrosamente começarão a aparecer interesses em outras pessoas. Ou seja: você sobreviveu".

As armadilhas do amor

Cinco crenças, ideias e conceitos equivocados que atrapalham os relacionamentos

Não ver os defeitos do ser amado, achar que "com jeitinho" tudo vai se resolver ou até mesmo imaginar que é capaz de adivinhar os desejos do outro. Quem é que nunca caiu numa dessas armadilhas em um relacionamento amoroso? O Delas foi conversar sobre o assunto com Lidia Rosenberg Aratangy, psicóloga e terapeuta de casais e família, e Sócrates Nolasco, psicanalista e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A seguir, você entende porque determinadas crenças podem atrapalhar o caminho para uma relação saudável e feliz.

 Armadilha 1: O amor é cego

 

Depois de tanto tempo procurando o idealizado príncipe encantado, reconhecer que o parceiro também é de "carne e osso" pode ser altamente frustrante, daí a cegueira. "O amor é cego para que não vejamos no outro o que não nos interessa", explica Sócrates Nolasco. Para Lídia Rosenberg, tal crença estaria apoiada em certo comodismo. "Os parceiros teimam em não enxergar algumas características negativas do outro, ou a encontrar desculpas para explicar as falhas", diz.

Como sair dessa? Abra bem os olhos para as qualidades do parceiro, mas também para os seus defeitos. Afinal, ao entrar em nossas vidas, o outro traz o pacote completo, com coisas boas e ruins. Além disso, para amar é preciso se surpreender mais do que prever.

Armadilha 2: 

"Com jeitinho eu mudo ele"

 

 
Caímos nessa armadilha quando acreditamos ter o poder e a capacidade de mudar o outro. Tentado resolver as coisas com "jeitinho", driblando a realidade enquanto cria-se um roteiro ideal para a relação. "Isso pode gerar uma onda de manipulação e controle para que tudo saia como se estabeleceu em um script. Todavia, uma relação não tem script porque ela acontece entre dois diferentes, que constroem, dia a dia, o que o casal considera relevante e valioso para ambos", explica Nolasco.

Como sair dessa armadilha?
É preciso um pouco de humildade. "Reconhecendo que o outro não é feito sob medida para agradar e que as pessoas só mudam quando a própria pessoa está incomodada com aquele comportamento", aconselha Lídia. Mas se o jeito, mania ou atitude for intolerável, melhor abrir mão da estabilidade em favor de um futuro mais feliz, quem sabe com outra pessoa compatível.

> Armadilha 3: 
"Adivinho seus desejos"
 

Armadilha muito comum quando o nível de intimidade do casal parece ser muito grande. "Adivinhar os desejos do outro é querer antecipar-se às insatisfações vividas por ele, livrá-lo delas. Como se o outro, sem seu próprio mal-estar, se tornasse um eterno devedor apaixonado", ressaltou Sócrates.

Como sair dessa armadilha?
Comunicar-se mais com seu parceiro ao invés de adivinhar o que ele está pensando pode ser uma boa maneira. "É aprender a perguntar e a respeitar a resposta", diz Rosenberg. "Se cada um de fato adivinhasse sempre os desejos do outro, não haveria nada a ser descoberto e a relação morreria de tédio".
> Armadilha 4: 
"Agora somos um só"
 

Sabe aquela história de encontrar "a outra metade da laranja" para, então, sermos um só? Trata-se de mais uma crença de sucesso equivocada. "A tentativa de ser um só com o outro aparece quando fracassamos nesta empreitada com nós mesmos", analisa Nolasco. Geralmente, caímos nessa armadilha em momentos de insegurança: "Acontece quando a gente morre de medo das diferenças e tenta congelar o vínculo e o parceiro numa imobilidade incompatível com a vida", situa Lídia Rosenberg.
Como sair dessa? É preciso aprender a gerenciar inquietude que o parceiro provoca. "Se o que procuramos em uma relação é ser um só, não seremos nada", frisa o psicanalista. Na verdade, as relações existem para que sejamos muitos e diferenciados, bobagem é deixar de viver plenamente por medo dos ricos.
> Armadilha 5: 
"Eu amo o suficiente por nós dois"
 

Teoricamente, um casal é formado por dois indivíduos que se amam reciprocamente. Mas nem sempre é assim, às vezes a relação está afundando e teima-se em salvá-la "amando pelos dois". E é justamente neste momento que se cai nesta armadilha: "É quando se deixa tomar pela onipotência e pela cegueira, que leva a negar a existência do outro, com seus desejos e escolhas", diz Lídia. Nolasco frisa que isso não tem nada relacionado com amor: "Amar por dois significa não amar ninguém, pois quando se ama suporta-se a desigualdade de sentimentos, sejam eles quais forem", afirma.

Como sair dessa armadilha?
É preciso recobrar o amor-próprio e levantar a cabeça. Também é preciso sempre lembrar que uma relação amorosa é movida pelos desejos e interesses de duas pessoas diferentes. O amor de um pode ser ilimitado, mas não é onipotente.