sexta-feira, 29 de abril de 2011

A história do vibrador


Considerado por muitas (mesmo!) o melhor amigo das mulheres, o vibrador está por aí há mais tempo do que você pensa e já foi classificado como o 5º ‘eletrodoméstico’ inventado – antes mesmo que o ferro elétrico.
E se você acha que ele foi criado pensando na satisfação sexual feminina, enganou-se novamente. Com o único propósito de facilitar uma prática médica que já existia, o vibrador foi apenas mais uma ferramenta para facilitar a vida de profissionais da saúde.

Na medicina ocidental sempre existiu desde os tempos de Hipócrates, a crença numa doença chamada “histeria” do ventre, que era causada pela negligência que o útero sentia. Platão dizia que o útero era um animal dentro de um animal (!?) e que, de vez em quando, ficava fora de controle e, como tal, tinha que ser acalmado (é aqui que começa a sacanagem!).

A forma como se acalmava este “animal” era massageando a vulva da paciente - que era considerada parte do útero - e através deste processo se provocava uma ‘crise’ da suposta doença. Essa crise era uma espécie de febre a que era dado o nome de ‘paroxismo histérico’, pois apresentava contrações e lubrificação da vagina. Após essa crise a mulher sentia-se melhor, por algum tempo.

“Infelizmente” a histeria era incurável e crónica e por isso a mulher teria de voltar ao médico outras vezes. Algo no estilo “Siririca assistida e progressiva”.

Para se tratar esta doença feminina a que os médicos chamavam de “congestão da genitália”, ou “histeria”, os doutores perdiam muito tempo, porque era um processo demorado e trabalhoso justamente pelo “tratamento” ser feito através de uma estimulação manual.

Assim como os paleontólogos de 2010 veem um pênis ereto de osso e se recusam a imaginar o uso mais lógico para isso, os médicos ocidentais vitorianos eram incapazes de identificar o orgasmo feminino, apesar de conhecer seus benefícios para o equilíbrio psicossomático. No puritano universo ocidental da década de 1850, uma epidemia tomou conta das damas da sociedade. Inúmeras ladies corriam aos consultórios se queixando de sintomas como ansiedade, irritabilidade, distúrbios do sono, sonhos eróticos e excesso de lubrificação da vagina. Por incrível que pareça hoje, naquele tempo fantasias e desejo sexuais, normais em homens, eram consideradas anomalias quando eram experimentados pelo sexo feminino.

Levando em conta de 3 a 4 pacientes por dia, haja braço! Por isso mesmo, quando o vibrador surgiu como ferramenta de auxílio ao tratamento, os médicos aderiram a este instrumento para facilitar e acelerar o processo.

O primeiro vibrador era a vapor e foi inventado em 1869 por George Taylor que lhe chamou “O Manipulador”, em resposta a este desejo dos médicos de acelerar o processo através de um meio mecânico para a estimulação da vulva.

No inicio do século XX (1902), a empresa americana Hamilton Beach (que hoje faz eletrodomésticos de alto nível) patenteou o primeiro vibrador eléctrico, inventado por Kelsey Stinner, que era vendido a varejo.  Fazendo com que o vibrador se tornasse o quinto “eletrodoméstico” a existir (mesmo antes do ferro eléctrico).

A versão caseira tornou-se extremamente popular e era frequentemente exposta com publicidade em revistas femininas (da época) como: ponto cruz, bordados, tricô, costura, etc.
Somente quando os vibradores começaram a aparecer em filmes pornográficos é que sua imagem começou a ficar denegrida e associada a sexo e imoralidade. Os maridões escapavam pros cines privês, viam as profissionais se acabando com vibrador e não queriam aquela imagem relacionada as ‘sagradas esposas’. Foi quando começaram a baní-lo das despensas e gavetas.
Com o passar dos anos e, um maior entendimento da sexualidade feminina, tornou-se claro que a dita “histeria” não era mais do que um orgasmo e a doença a falta dele.

Desde os anos 80, os vibradores e brinquedos sexuais ganharam mais visibilidade com a abertura de novas sex shops e lojas eróticas e posteriormente os sex shops virtuais. Bem como através de series e filmes que abordam o tema – por exemplo, a série Sex and the City da HBO.


Também surgiram os high tech’s, vibradores em formatos diferentes, ergométricos e eletrônicos como o ‘OhMiBod‘ que vibra conforme o rítmo da música ou trilha sonora do vídeos que você estiver assistindo.


Hoje podemos encontrar vibradores de todos os tipos, formas, cores, calibres, tamanhos, e com diferentes funções. Porém ainda tem gente (mesmo no meio feminino) que tem vergonha de entrar numa sex shop ou assumir que possui um vibrador. Não seja boba, sua bisavó já usava!
Diga-se de passagem, um ‘brinquedo’ de gente bem resolvida sexualmente pois até mesmo casais usam-no como forma de ‘apimentar’ a relação.

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