quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A planta certa para cada signo

Saiba qual a espécie ideal para cultivar ou presentear, de acordo com as características do seu signo do zodíaco

Se ver uma planta quase totalmente seca em um jardim , possivelmente ela estará sob os cuidados de um geminiano ou sagitariano. Já se o quintal estiver florido, provavelmente um nativo de touro, câncer ou virgem estará a cargo de seu cuidado.
Os signos do zodíaco têm características diferentes, uns têm nativos mais desligados, outros são mais zelosos, mas todos podem encontrar a planta ideal para cultivar em casa. Com a ajuda do psicoterapeuta Daniel Pires Rodrigues Nunes, que é também professor de astrologia e educador ambiental, listamos qual espécie melhor se encaixa no perfil de cada signo. Confira.
Planta certa para o seu signo

Áries - Acácia


Assim como os nativos do signo de áries, a acácia é uma planta que já nasce lutando pelo seu espaço. Para vencer os obstáculos e desafios, ela cresce rápido, com espinhos em seus galhos para não deixar que nenhum animal devore suas folhas. "É exatamente como os arianos, que precisam o quanto antes iniciar seus projetos, correr atrás de um objetivo, direcionando muita força para conseguir aquilo que deseja", afirma o psicoterapeuta Daniel Pires Rodrigues Nunes, que é também professor de astrologia e educador ambiental.
Para cultivar a acácia é preciso ter espaço. De folhagem sempre verde e flores amareladas, que parecem pequenos pompons, desenvolve-se rapidamente até atingir o porte de uma árvore, se plantada no chão. Ela também pode ser cultivada em vasos grandes, e fica muito bem na decoração da casa.

Touro - Rosa

O signo que representa a beleza e a sensualidade só poderia pedir a mais bela e apreciada das flores : a rosa. Os nativos deste signo valorizam e apreciam as coisas boas e bonitas da vida. Portanto, nada melhor do que cultivar rosas no jardim ou em pequenos vasos.
Os cuidados são relativamente fáceis. Dê preferência a locais ensolarados e bem arejados, mantenha o solo úmido e sempre com matéria orgânica. O único desafio para os taurinos que pretendem cultivar este tipo de flor são as podas . Apegados, será preciso abrir mão da ligação com as flores para fazer as podas necessárias. Lembrem-se, a planta só ficará bonita com estes cuidados.

Gêmeos - Gengibre

O curioso nativo de gêmeos está sempre tentando saber mais sobre as coisas. Com as plantas não é diferente. Mas logo que aprende um pouco mais a respeito de uma espécie, pode perder o interesse por ela ou mudar o foco rapidamente. A sua capacidade de adaptação é absolutamente fantástica. São capazes de mudar de vida como quem muda de roupa, e sem pestanejar, pois na verdade precisam de mudar como precisam de beber água.
 Por conta disso, o melhor mesmo é não arriscar e cultivar uma planta que possa ser “esquecida” eventualmente, como o gengibre.
A planta de folhas verdes escuras e flores amarelo claro, que pode atingir mais de um metro de altura, pode até ser deixada de lado por alguns dias sem morrer. É que a espécie vai sobrevivendo debaixo da terra com o acúmulo de líquidos. Além disso, do gengibre é possível fazer chá considerado bom para a garganta, ótimo para quando o geminiano resolver falar demais. 

Câncer - Violeta

 Os nativos de câncer se darão muito bem no cultivo de violetas. Como o signo mais dedicado na questão do cuidado, o canceriano não poupará esforços para procurar o melhor lugar da casa para que sua planta floresça de forma duradoura, assim como a planta, Câncer é chorão, 
se magoa com facilidade.Câncer é um signo da água, regido pela lua e é um signo feminino, Ligado a familia ,e a valores tradicionais. fica magoado com qualquer bobagem e fica remoendo esta bobagem e um dia, do nada, no meio de uma feijoada com amigos solta o verbo:

-Aquele dia você não me ofereceu pastel.Você é egoísta, não pensa nos outros, é o mestre em soltar aquela frase: "- Depois de tudo o que eu fiz por você..." E você ficará com o peso na consciência, se sentindo um personagem do filme "O Albergue".
E você fica ali pasmado,tentando entender aquilo.
A violeta necessita de cuidados intensos, como ser regada com mais frequência - mas sem encharcar o solo, para não apodrecer a raiz. A flor também gosta de ficar em lugares iluminados, sem incidência de luz solar direta, e pede adubação regularmente. Mas, apesar do trabalho, quando ela estiver carregada e colorida, o canceriano se sentirá recompensado.

Leão - Girassol


Assim como o leão, que gosta de brilhar e chamar a atenção, a flor mais indicada para esse signo não poderia ser outra senão o girassol. Assim como o nativo de leão, que gosta de atrair olhares de admiração, o girassol geralmente encanta por sua cor forte e seu tamanho exuberante.
A espécie tem alta capacidade de absorção de água e nutrientes, mas precisa de ambientes ensolarados, recebendo pelo menos três horas de sol por dia. Para cultivá-la também é necessário dispor de um certo espaço, porque é necessário que ela se enraize bem para dar flores bonitas. 


“Para o leonino se sentir mais estimulado e interessado pelos girassóis, a dica é colocar a planta em um lugar onde outras pessoas possam vê-los e elogiá-los. Desta forma, o nativo de leão se sentirá mais motivado a cuidar da flor”, afirma o psicoterapeuta Daniel Pires Rodrigues Nunes, que é também professor de astrologia e educador ambiental.

Virgem – Orquídea

Metódico e muito criterioso, o virginiano saberá cuidar muito bem de flores que exigem maior conhecimento do cultivo, como as orquídeas . Cada espécie determina um cuidado diferente, e o organizado nativo de virgem não se esquecerá de nenhum detalhe.
Muito delicada, a orquídea precisa de rega no ponto certo, local iluminado e ventilado e adubo fornecido de maneira correta para florir (e apenas uma ou duas vezes por ano, na maioria das espécies). Mas o trabalho combina muito com o nativo de virgem, que não poupará dedicação para cuidar bem, e diariamente, da bela espécie.

Árvore-da-Felicidade

Libra é um signo que gosta de equilíbrio e cultiva muito a harmonia nos relacionamentos. Deste ponto de vista, nada melhor do que escolher a árvore-da-felicidade, uma planta que pode ser cultivada em “casal”, com o “macho” e a “fêmea” em um único vaso.
Da mesma maneira que o libriano não gosta de ficar sozinho e precisa do outro para se conhecer melhor, os pés das espécies podem ser plantados separadamente, mas necessitam de outro para se reproduzir.
Assim como os librianos, a árvore-da-felicidade gosta de ambientes arejados e com boa luminosidade. Por isso, mantenha a planta à meia sombra.
Para cuidar bem dela, tem que aguar quase todo dia, mantendo a terra sempre úmida. 

Escorpião – Açafrão

O açafrão, planta bulbosa com folhas finas e estreitas, pode ser uma boa opção de cultivo para os nativos de escorpião.   A espécie tem raiz subterrânea e, num dado momento, nascem as folhas e, em outro, a planta desaparece para depois nascer novamente – uma característica bem própria dos escorpianos que, de repente, precisam se retrair para analisar seus sentimentos e, depois, voltam à vida revigorados. Não tente enganá-lo, porque ele percebe. Não apronte, porque ele se vinga...Fora isto, é um amor de pessoa!
açafrão é um tempero que dá uma cor forte aos alimentos, o que pode agradar em cheio os nativos de escorpião, que gostam de coisas e sentimentos intensos. Nos cuidados com a planta , recomenda-se que ela seja colocada em locais com boa iluminação e pouca sombra. A espécie pode dar flores roxas claras que geralmente aparecem no mês de outubro.

Sagitário – Pimenteira


Inquietos e com necessidade de expandir energia, os sagitarianos podem cultivar com sucesso um vaso de pimentas, que remete ao calor interno e ao fogo. Sempre lutando pelos seus ideiais com muita fé, a pimenteira também pode sinalizar sorte e proteção contra maus fluídos.
Outra vantagem é que seu cultivo é simples, ótimo para o sagitariano que costuma ficar desmotivado se a planta não florir logo e não lhe trouxer uma sensação prazerosa. Basta garantir ao menos seis horas de insolação diária, direta ou não, e regar três vezes por semana. Prático e fácil, para que o sagitariano não desanime de cuidar dela.

Capricórnio – Cavalinha

Geralmente preso às tradições, o nativo de capricórnio vai gostar de cultivar uma planta pré-histórica, como a cavalinha, já que o signo é bastante conectado ao passado e às coisas que funcionaram ao longo do tempo. Usada em chás, infusões ou chimarrão, a planta repõe no organismo os sais minerais perdidos.
Com a responsabilidade que lhe é característica, o capricorniano terá facilidade para cuidar da espécie. Com seu aspecto peculiar – parecida com uma coluna vertebral – a planta cresce em diversas temperaturas, e é tolerante a baixas temperaturas. A cavalinha gosta de solo úmido, portanto, se plantada em canteiros comuns ou vasos, regue-a regularmente.

Aquário - Hortelã

Fraternais e sempre em busca de amizades, os aquarianos podem investir no cultivo do hortelã.
Uma planta geralmente apreciada por todos - é muito comum ver pessoas distribuindo raminhos da espécie para fazer um chazinho - brota facilmente e dificilmente morre, mesmo descuidando um pouco dela.
Fácil de cultivar, o hortelã tolera tanto ambientes ensolarados quanto com mais sombra, e gosta de solo úmido. A erva pode ser plantada o ano inteiro, mesmo em espaços pequenos. 
Fácil de cultivar, o hortelã tolera tanto ambientes ensolarados quanto com mais sombra, e gosta de solo úmido. A erva pode ser plantada o ano inteiro, mesmo em espaços pequenos. 


Com aroma forte e característico, tende a se disseminar e pode cobrir todo o jardim se deixado sem cuidados.
O hortelã também é indicado para problemas digestivos, alivia enjoos e pode ser usado para combater inflamações.

Peixes - Alecrim


Geralmente sonhadores e avoados, os nativos de peixes não devem se comprometer com plantas que exijam muitos cuidados e regas constantes. 


Desta maneira, uma boa opção pode ser o alecrim, que não precisa ser molhado com frequência, nem necessita de um solo com muitos nutrientes. Basta deixá-lo no sol.

Outra característica importante é que o chá de alecrim é considerado bom para o cérebro, pois dilata os vasos sanguíneos e oxigena o cérebro. Nada melhor para os piscianos, que precisam, muitas vezes, de energia para direcionar o pensamento e sair da fantasia.

sábado, 21 de setembro de 2013

Os filmes da semana

Um dos filmes mais esperados do ano chega aos cinemas de São Paulo:Elysium. Após o inesperado sucesso com o ótimo Distrito 9, a expectativa sobre a nova ficção científica do sul-africano Neill Blomkamp é bem grande. Especialmente para os brasileiros, que tem um motivo a mais para ficarem curiosos sobre a estreia do ator Vagner Moura em uma grande produção norte-americana. Outra brasileira, Alice Braga – já uma veterana em trabalhos nos EUA – também faz parte do elenco multinacional, que conta com as estrelas locais Matt Damon e Jodie Foster, o mexicano Diego Luna (que brilhou em E Sua Mãe Também) e o sul-africano Sharlto Copley, protagonista de Distrito 9. Além deste, outro destaque entre os lançamentos da semana é Foxfire – Confissões de uma Gangue de Garotas, do cineasta francês Laurent Cantet, o mesmo do excelente Entre os Muros da Escola.

As Bem-Armadas (The Heat)


Uma agente do FBI odiada por seus companheiros de trabalho é mandada a Boston para prender um poderoso traficante. Na cidade, ela acaba esbarrando na investigação de uma policial desbocada e indisciplinada, e a dupla é forçada a trabalhar junta na captura do tal bandido. 


Dir. Paul Feig, EUA, 2013. Sandra Bullock, Melissa McCarthy, Taran Killam, Kaitlin Olson. 117 min.

Elysium



No ano 2154, os ricos e famosos vivem na exclusiva estação espacial Elysium, enquanto a Terra se tornou em uma grande favela. Vítima de um acidente no trabalho que o deixou com um câncer que lhe dá apenas mais cinco dias de vida, um trabalhador tenta chegar a Elysium para se curar, mas para tal, tem de burlar a forte segurança do lugar, que é implacável com invasores. 


Dir. Neill Blomkamp, EUA, 2013. Matt Damon, Jodie Foster, Alice Braga, Wagner Moura, Diego Luna. 109 min. 

A Família (The family)
Uma família de mafiosos norte-americana é mandada para a França como parte do programa de proteção de testemunhas. No entanto, a adaptação ao "estranho" país não é nada fácil, já que velhos hábitos são difíceis de esquecer. 

Dir. Luc Besson, EUA/França, 2013. Robert De Niro, Tommy Lee Jones, Michelle Pfeiffer, Dianna Agron. 103 min.

Confissões de uma Gang de Garotas (Foxfire)

Passado na Nova York dos anos 1950, o filme conta a história de um grupo de garotas que resolve montar uma gangue para se vingar das humilhações que elas sofrem nas mãos dos homens.


Dir. Laurent Cantet, França/Canadá, 2012. Raven Adamson, Katie Conseni, Madeleine Bisson, Claire Mazzerolli. 143 min.

O Homem Que Ri (L'Homme qui rit)



Baseado na obra homônima de Victor Hugo, o filme conta a historia de dois órfãos que são acolhidos pelo grandalhão Ursus: Gwynplaine, um garoto cuja cicatriz no rosto dá a impressão de que ele está sempre sorrindo; e Déa, uma menina cega. O trio viaja pela França fazendo um espetáculo circense, mas o sucesso de Gwynplaine acaba o afastando das únicas pessoas que o amam de verdade.

Dir. Jean-Pierre Améris, França, 2012. Marc-André Grodin, Gérard Depardieu, Emmanuelle Seigner.

Xhico Stockinger


O austríaco Xico Stockinger imigrou para o Brasil após a 1ª Guerra Mundial. Ele tinha o sonho de se tornar piloto de avião, mas sua origem o proibiu de concluir o curso quando o país ingressou na 2ª Guerra Mundial. Depois dessa decepção, ele resolveu abraçar um novo sonho: a arte.


Dir. Frederico Mendina, Brasil, 2012. 86 min.

Fonte: IG

Visita ao Sainte Marie: O assunto da cidade

Quem acompanha “a turma da gastronomia” pelo Instagram com certeza já viu dezenas de fotos do Sainte Marie, o restaurante árabe/grego/armênio que fica lá longe na Vila Sônia, é comandado pelo chef figura Stephan Kawijian, que se despede de todos com um “mercizão” e gosta de indicar pratos “fofinhos” do menu. E, claro, serve uma comida deliciosa. “É o Mocotó da vez”, dizem por aí, inclusive com filas nos finais de semana (mas ainda não tanta).
Kawijian nasceu no Líbano, morou na Líbia e na Itália, é de família armênia e, há 25 anos veio para o Brasil porque queria ser jogador de futebol no Flamengo. Mas veio para São Paulo porque não sabia que o Flamengo ficava no Rio. Há 17 anos, começou a fazer comida árabe para o Empório Santa Maria e, há 3 anos, abriu o Sainte Marie. A escolha do nome é porque ele é devoto de Nossa Senhora e vem de família de árabes que falam francês.
O lugar é assim: simples e charmoso.
Sainte Marie: coalhada seca
Só a coalhada seca já vale a visita. Aliás, é cortesia da casa.
Mas quando você chega e começa a ver os pratos saírem da cozinha quer provar de tudo:
Sainte Marie: basterma
Comecei com basterma com ovos (R$ 20, a porção pequena). É servido com raspinhas de limão e pistache. E fica com uma combinação muito interessante.
Sainte Marie: quibe cru
Tradicional quibe cru (R$ 33).

Sainte Marie: homus
Mais pastinhas cortesia da casa: homus com espinafre e beterraba.
Sainte Marie: esfihas
As esfihas: tradicional de carne  (R$ 5,50) e de bottarga (R$ 10).
Sainte Marie: esfihas
Mais esfihas: de cebola(não saia de lá sem provar essa, R$ 8) e de cabra com azeitonas pretas (R$ 10).
Sainte Marie: kafta
Kafta de cordeiro com legumes (R$26), delicioso! O chef é especialista em cordeiro.
Sainte Marie: moussaka
E o meu prato favorito da casa (até agora): moussaka com carne bovina (R$35).
Agora quero voltar lá para provar  o cassoulet com cordeiro e a cazuela de frutos do mar…

Sainte Marie: rua Dom João Batista Costa, 70, Vila Sônia, São Paulo. Tel. 11 3501-7552.
 Por Alessandra Blanco

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Hamburgueria americana Johnny Rockets chega no Brasil com 18 milkshakes

Expectativa é ter 30 restaurantes em seis anos no País. Foco inicial será São Paulo e Rio





Milkshakes: Entre as opções 
torta de maçã e chocolate americano 
batidos com sorvete de creme  

Demorou uma década, e custou um processo judicial, para que o primeiro restaurante da tradicional rede americana de comida casual Johnny Rockets, criada em 1986 em Los Angeles, nos Estados Unidos, seja inaugurada no Brasil em novembro. 
Mostarda temperada, maionese e ketchup - Rockets
Serão duas unidades até o final do ano na cidade, no Shopping Tietê Plaza e no Shopping Internacional de Guarulhos
Com ambiente no estilo da década de 1950, a rede é conhecida por oferecer jukebox individuais aos clientes, pelo clima animado entre os garçons, que em algumas ocasiões dançam ao som de Elvis Presley e companhia, e por suas diversas e pouco convencionais opções de milkshakes.
Batatas smiles - Rockets
Antonio Augusto Ribeiro de Souza, que foi franqueado do McDonald's durante oito anos, até 2002; e também da rede de comida casual carioca Joe & Leo´s e do Well´s, será o master franqueado exclusivo da marca no País. O investimento, de cerca de US$ 500 mil por loja, sem o valor do ponto, será feito com recursos próprios da família.
The Finest, 150g de carne servido com alface picada, tomate em rodelas, cebola picada, maionese e mostarda com ervas por R$ 21,90 - Rockets
No Brasil, os restaurantes, em shoppings e ruas, terão de 230 metros quadrados a 700 metros quadrados. O pedido de música nas jukeboxs será gratuito e haverá refil para refrigerante. O cardápio será composto por cerca de 14 variedades de hambúrgueres acompanhados com batatas fritas, um deles de picanha.
Mas o diferencial parece ser o cardápio de milkshakes, que terá 18 opções em três faixas de preços, entre eles um de torta de maçã batida com sorvete; e outro feito com Ghirardelli, tradicional chocolate da cidade americana de São Francisco. "Também teremos uma opção com Nutella e Ovomaltine", diz Souza. 
O tíquete médio da refeição, que inclui hambúrguer, batata frita e refrigerante, custará R$ 30. "As negociações com fornecedores nacionais ajudaram a manter um preço competitivo. Os custos subiram muito nos últimos anos", conclui Souza.
Adaptações necessárias
O desembarque da rede foi adiado até que, em 2010, a matriz americana entrou com uma ação na Justiça e conseguiu uma liminar para que o restaurante Rocket's, em São Paulo, fosse proibido de usar a marca, que se assemelhava muito à da rede americana.
A demora teve impacto nos planos de Souza. Além de vender sanduíches, será necessário agora reforçar a operação com pratos rápidos e saladas a partir do ano que vem, no estilo de concorrentes como Outback e Applebee's, algo que a Johnny Rockets não oferece na maioria de suas lojas. Souza pode até oferecer costelinha de porco, famoso prato da concorrência. 
Isso porque, ao contrário de operações menores, com poucos restaurantes (características em 2003), hoje o mercado cresceu, e a concorrência aumentou, principalmente das grandes redes. Os custos do negócio também aumentaram, e Souza mira o almoço executivo para compensá-lo. 
Ganhar escala também é necessário para enfrentar custos. Não à toa, a ideia inicial de dez restaurantes triplicou: serão 30 restaurantes nos próximos seis anos.
Por outro lado, conta, o atraso teve vantagens: em 2003, a marca era menos conhecida pelos brasileiros, que passaram a viajar mais para os Estados Unidos nos últimos anos. Além disso, o caminho para a comida casual parece já estar pavimentado. 
O processo judicial contra a Rocket´s continua em andamento, e a expectativa é que seja finalizado até o ano que vem. "Eles estão proibidos de usar a marca até a conclusão do julgamento. Já nos deram ganhos de causa. Estamos confiantes", conta Souza.
Caminho do crescimento
Além das duas lojas em São Paulo ainda este ano, já está confirmada para o ano que vem uma unidade no Shopping West Plaza (zona sul da capital), uma loja de rua no Jardim Paulista (zona sul) e a entrada no Rio de Janeiro.
Mas antes de rumar para outros Estados, cidades do interior de São Paulo também estão na mira da rede em 2014. "O Estado cresceu nos últimos anos, mas o interior cresceu mais", diz Souza. A primeira loja será inaugurada em Sorocaba. Já estão confirmadas também a unidade do Catarina Fashion Outlet, na Rodovia Castelo Branco, em Campinas e Bauru. 
A partir de 2015, a rede deve abrir unidades em Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. "Toda a operação será própria. A partir daí, iremos avaliar qual será a melhor maneira de crescer, se por meio de franquias ou investimentos via fundos de capital de risco (venture capital)", conta o empresário. 
Adquirida em junho deste ano pelo fundo de investimento Sun Capital, a rede Johnny Rockets soma por volta de 300 lojas em 20 países. Recentemente, a rede também desembarcou em outras economias emergentes, como Índia, Equador e Honduras. "O Brasil, assim como os países que formam os Brics (China, Índia e Rússia), é muito importante para a rede agora", conclui Souza.
Cardápio - Rockets
Cardápio - Rockets

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Como os animais realmente enxergam o mundo

Cães são tão conscientes quanto você, gatos funcionam como radares e papagaios veem cores invisíveis. Conheça uma nova realidade: o mundo sob a ótica dos pets.

Três andares acima do térreo, a alguns lances de escada de distância, muito antes de você apalpar os bolsos em busca da chave, seu cachorro o aguarda ansioso atrás da porta. Ele sabe que você, e não o seu Zé, que recolhe o lixo do prédio todos os dias, está prestes a subir até o terceiro andar. Basta colocar o primeiro pé dentro de casa para receber a saudação calorosa do bichinho. E não importa com quem você esteja. Se chegar acompanhado com velhos ou novos amigos, ou mesmo com seu irmão gêmeo, que mora no exterior há alguns anos, ele não vai pular nas pernas erradas. Ele sabe quem é você.

Mas não sabe quem ele é. Coloque um ser humano em frente ao espelho e este animal bípede começa instintivamente a mexer no cabelo (achando que um tapinha na franja realmente vai deixá-lo mais bonito). Um cão, porém, consegue ser ainda mais bestial: a reação dele ao espelho é a mais completa indiferença. Nem uma olhadinha. Ele não reconhece a própria imagem. E se não reconhece a própria imagem, não tem aquilo que chamamos de consciência, certo? Até pouco tempo atrás, era o que a ciência achava. Animais que reconhecem a própria imagem no espelho teriam consciência - e aí entram basicamente nós, nossos primos (os grandes macacos - chimpanzé, gorila, orangotango), cetáceos e elefantes. Os bichos que não se reconhecem não teriam noção de "eu". Não teriam consciência.

Mas a verdade provavelmente é outra. O problema não está nos animais que não se reconhecem no espelho. Está em quem testa a presença de consciência sob a ótica humana. O mundo de um cachorro ou de um gato não se cria majoritariamente com imagens, como o nosso. Eles veem com sons e, principalmente, cheiros. E o espelho exclui a melhor arma de reconhecimento do cachorro: o olfato. O biólogo Marc Bekoff, da Universidade do Colorado, testou o próprio bichinho para saber se ele era capaz, de alguma forma, de se reconhecer. Em vez de testar imagens, Bekoff pensou como um cão. Durante cinco invernos, toda vez que saía para passear com o companheiro, recolhia pedaços de neve onde o cão havia feito xixi. Depois, recolhia neve com urina de outros cachorros.

Então Bekoff espalhava os blocos de neve - alguns com xixi do cachorro dele, outros com o de outros cães -por lugares diferentes. E a reação do melhor amigo do pesquisador era sempre a mesma: quando encontrava a urina de outro cão, despejava um novo jato de xixi em cima para marcar o território como dele. Normal. Mas quando encontrava um bloco com a própria urina, não dava bola. Sabia que aquele xixi já era dele, então o território não precisaria de remarcação. Resultado: o cachorro sabe muito bem quem ele é. Mas diferentemente de você, que se reconhece pela fisionomia, ele faz isso pelo cheiro.

Se o nosso mundo é rico em imagens, o dos animais domésticos, as estrelas desta reportagem, vem carregado de sons, cheiros e sensações. E qualquer coisa acompanha uma porção de informações: um poste é uma fonte rica de notícias, diz se outro animal passou por ali, quem era, e há quanto tempo isso aconteceu. Ainda é impossível aguçar nossos sentidos, entrar na pele deles e entender a riqueza de cada cheiro, som, imagem ou sabor. Mas dá para entender como eles veem o mundo e descobrir por que seus pets insistem em fazer coisas que você odeia - ou adora.

Olfato além do alcance
Rememore a primeira informação desta matéria: gatos e cães constroem o mundo com cheiros, sons e um pouco de imagens. Para os cães, o olfato é fundamental. Existem entre 120 e 300 milhões de células olfativas dentro do nariz. Nós temos apenas 6 milhões. O que isso significa? Que eles podem até detectar câncer em humanos só farejando nosso hálito.

É o que pesquisadores do hospital Schillerhoehe, na cidade de Gellingen, Alemanha, descobriram em 2011. O oncologista Thorsten Walles e seus colegas deram amostras de tumores para que os cães farejassem. Era uma forma de treino, como fazem com cães farejadores de drogas - dão um osso de borracha com cocaína dentro para que o cão aprenda a reconhecer o cheiro do entorpecente; aí ele consegue reconhecer cocaína camuflada até dentro de sacos de café no fundo de uma mala.

Os alemães fizeram mais ou menos isso, só que com amostras de células cancerosas. Depois, pacientes com câncer de pulmão em estágio inicial sopraram dentro de tubos de ensaio (que eram tapados em seguida). Os cientistas treinaram os cachorros para sentar cada vez que sentissem "cheiro de câncer" em algum desses tubos de ensaio. E os cachorros acertaram 71% dos casos.

A ideia dos pesquisadores agora é construir uma espécie de "nariz eletrônico" que seja capaz de reconhecer os mesmos elementos químicos característicos de câncer que os cães farejam. Seria uma máquina capaz de detectar a doença logo nos estágios iniciais - uma revolução no mundo dos diagnósticos, que certamente salvaria vidas. Mas, por enquanto, há um problema: determinar quais são esses elementos químicos que denunciam a presença de um tumor. Como disseram os pesquisadores: "Infelizmente, os cães não têm como nos dizer qual é a bioquímica do cheiro do câncer". Seja como for, o olfato deles continuará sendo uma ferramenta fundamental nessa busca.

Não é apenas a quantidade de células olfativas que deixa o nariz dos cães tão poderoso. As partes internas do nariz e suas divisões têm um papel importante. Para saber como funciona mesmo o nariz deles, uma equipe da Universidade do Estado da Pensilvânia convocou sete cães, colocou máscara neles e despejou alguns odores. Os pesquisadores conectaram o nariz de uma das cadelas participantes a um equipamento de ressonância magnética. Aí revelaram o caminho do ar dentro das narinas caninas. Descobriram áreas específicas de respiração e expiração. No nosso caso, por exemplo, não temos uma área onde guardamos o ar inalado e outra onde fica o ar exalado. Por conta disso, quando respiramos, paramos de "farejar" e soltamos todo o gás, carregado de odores, de volta para o mundo. Nos cães isso é diferente, enquanto respiram o processo olfativo continua ligado. E nenhum odor passa batido pelo cão. Por isso mesmo, tanto eles como os gatos (outros campeões na detecção de odores, com 200 milhões de células olfativas) usam o nariz para se reconhecer e trocar informações.

E para "coversar" com você. Fungando suas meias e sapatos, eles descobrem por onde você andou, se encontrou com outras pessoas, o que comeu, se fez sexo, fumou ou correu. Entende agora como seu calçado é tentador para eles? O sofá e a sua cama também. E onde mais houver o seu cheiro. Por isso mesmo, gatos e cachorros preferem ficar perto de lugares onde podem sentir o cheiro dos donos. Mesmo se for a sua poltrona nova. Isso funciona também com roedores - quando vão mudar de gaiola, recomenda-se colocar algum pano com o cheiro da gaiola antiga - e do dono.

O papagaio não se importa tanto assim com o seu cheiro. Com faro pouco desenvolvido, ele reconhece você pela aparência ou voz. O paladar de um papagaio, aliás, também é péssimo. Enquanto nós temos 9 mil papilas gustativas, nos papagaios esse número varia de 300 a 400. E ele não fica sozinho nessa pobreza gastronômica. Na língua dos gatos só aparecem 473 papilas. Os cachorros têm um pouco mais: 1,7 mil. Assim como os papagaios, esses dois mamíferos conseguem distinguir as quatro principais características da comida. Mas seu gato dispensa os doces, e o cachorro detesta comidas amargas (passe um caldo de jiló na ponta do móvel que ele adora morder para ver se essa mania não acaba). Com um paladar tão fraco, os dois não se importam em degustar com calma um prato de ração premium. Eles devoram os pratos - para que perder tempo se não tem um milhão de sensações para descrever, como fazem os humanos? Aliás, é por causa desse ponto franco que os dois animais engolem qualquer comida que cair no chão.

No fim da história, quem sabe mesmo apreciar um jantar são os roedores. Os porquinhos-da-índia e os coelhos têm 17 mil papilas gustativas espalhadas pela língua. Quase duas vezes mais do que nós. Então eles exigem um cardápio selecionado. Alguns desses bichinhos gourmet, para você ter uma ideia, até rejeitam verduras e folhas com agrotóxicos.

Mas a falta de sensibilidade dos cães e gatos fica só no paladar mesmo. Nas coisas que realmente importam para a nossa convivência com eles, os animais domésticos são gênios da percepção. Até os cavalos são mestres nesse quesito.

Os sons do silêncio
A história de Hans, um cavalo alemão, mostra bem a capacidade de observação e associação dos animais que criamos. No começo do século 20, ele se tornou celebridade por acertar equações matemáticas. O dono escrevia na lousa uma conta como 1/2 + 1/3 e pedia a resposta ao animal. Ele batia a pata cinco vezes no chão, esperava uns segundos e batia mais seis vezes. Ou seja: 5/6. O dono dizia ter treinado o animal por dez anos.

Pura malandragem do treinador. Por trás do "raciocínio lógico" do equino, o que havia era uma capacidade ímpar de observação. Ele conseguia perceber sinais sutis no rosto do dono, que o público não tinha como observar. E, assim, descobria quando deveria bater ou não as patas no chão. Ou seja: um cavalo pode ser um ótimo parceiro de truco.

Cães e gatos também. Eles reparam, associam e memorizam tudo. Cada gesto, cada barulho. Tudo serve de pista sobre o próximo passo do dono. Aquele tilintar de chaves sempre vem antes da despedida. O cheiro do perfume também precede a sua saída. Eles guardam e aprendem com esses sinais. Sabem quando você está prestes a ir embora - e demostram toda a tristeza que sentem nesses momentos...

É quase impossível escapar do radar dos cães e dos gatos. Os felinos escutam ainda melhor que os cães. E absurdamente mais do que você. Um som que passe dos 20 mil hertz (o extremo do agudo) fica inaudível para nós. Já os gatos ouvem até 60 mil hertz. Os cachorros chegam aos 45 mil hertz. Isso porque os dois evoluíram caçando roedores, então conseguem captar os sinais hiper agudos que os ratinhos emitem para se comunicar. Nem o som das vibrações corporais dos cupins passa batido pelos gatos. Até o som de lâmpadas fluorescentes (sim, elas fazem barulho) eles conseguem captar. Segundo a especialista em comportamento animal Temple Grandin, da Universidade do Colorado, se você estiver conversando no térreo, seu gato vai ouvir e reconhecer sua voz lá do décimo andar. Insano.

Eles ouvem sons naquilo que para nós é silêncio. Mas isso não impressiona tanto quanto uma habilidade de outro animal doméstico: o papagaio, que enxerga o que para nós é invisível.

Papagaios psicodélicos
Os papagaios veem o mundo com visão ultravioleta. Na prática, enxergam cores invisíveis. "Quando eles olham para os pelos de outro papagaio, conseguem saber se é macho ou fêmea", diz Susan Friedman, especialista em comportamento animal da Universidade do Estado de Utah. Já nós, humanos, não conseguimos diferenciar papagaios de papagaias - só mesmo com intervenção cirúrgica para checar os órgãos genitais (um processo bem invasivo), ou com teste de DNA.

A visão ultravioleta também permite saber o grau de maturação de algumas frutas, como uvas, caquis e figos. Mas a graça dela vai bem além dessa parte mais pragmática. O mais bacana aqui é que os papagaios veem um mundo que para nós seria psicodélico. Temos três receptores de cor nos olhos (para verde, azul e vermelho). Então essas três são as nossas cores primárias - e a combinação entre elas cria as cores do nosso mundo. Os papagaios (e outras espécies de aves, peixes e répteis) têm quatro receptores: os nossos mais um dedicado ao ultravioleta. A combinação desses quatro cria um mundo estupidamente mais colorido que o nosso - um mundo tão difícil de imaginar quanto uma realidade com quatro dimensões, em vez das três que a gente conhece. O fato é que, se papagaios produzissem caixas de lápis de cor, elas teriam milhares de lápis. E olha que isso não é nada perto do que outros animais enxergam. O campeão mundial de visão, por exemplo, tem 12 receptores de cor. Doze cores primárias... Uau. E esse nosso amigo pra lá de lisérgico nem é um animal dos mais relevantes: trata-se do mantis, uma espécie de camarão.

Bom, pelo menos no mundo dos mamíferos nós levamos vantagem sobre os animais domésticos. O gato e o cachorro possuem só dois receptores de cor (azul e verde). Então o mundo deles é um pouco menos colorido que o seu. E diferente: o vermelho vira verde, o verde ganha um tom mais amarelado, e o violeta fica azulado. Até o preto parece mais desbotado. O porquinho-da-índia, diferente de outros roedores, que só enxergam em preto e branco, também tem visão bicromática (vermelho e verde). É como se eles, os cães e os gatos fossem daltônicos.

E essa não é a única diferença. As imagens da televisão, por exemplo, não fazem sentido para eles. Nosso olho, assim como o de outros animais, não apaga uma imagem no centésimo de segundo seguinte à captação. Ele ainda a mantém "viva" por uma fração de segundo. Se antes desse tempo surgir outra imagem, você terá a impressão de que as figuras estão em movimento. É o que acontece no cinema e na televisão: as cenas rodam numa velocidade de, no mínimo, 24 imagens por segundo. Se um filme mostrasse só cinco quadros por segundo, seria uma sequência quase pausada de figuras, como um filme em stop motion. É assim que os cães e gatos veem. Eles enxergam mais em menos tempo: um cachorro consegue ver de 70 a 80 imagens por segundo, um gato vê 100 imagens; até o porquinho-da-índia ganha de nós, com 33 imagens por segundo.

Essa percepção-extra faz com que eles vejam a programação de TV como se ela fosse em stop motion, com "cortes" entre cada cena. Além disso, a tela fica tremida e dá para ver a passagem dos quadros, que surgem de baixo para cima. Chaaaato.


As TVs digitais resolveram parte desse problema. Elas rodam numa velocidade mais alta, aí os cachorros conseguem ter uma visão mais parecida com a nossa, sem tremedeira na tela. Ainda assim, isso não basta para prender a atenção deles.

Mas para os cachorros, pelo menos, cientistas criaram uma solução: um canal de TV totalmente voltado a eles. Nicholas Dodman, veterinário e pesquisador da Universidade Tufts, lançou a novidade nos EUA no começo deste ano. O canal, chamado de DOGTV, mostra cenas de cachorros correndo pelo gramado, brincando entre si, pulando na piscina. Cada detalhe dos programas tem a ver com os interesses caninos. As cores foram adaptadas ao mundo "daltônico" deles e os sons também: o barulho da grama enquanto o cachorro passa por ela, o da bola que pinga no chão... O enquadramento também é diferente, as cenas foram filmadas do ângulo de um cachorro. Por exemplo, enquanto o bicho passa pela mata, o cachorro-telespectador vê a grama alta, como se ele mesmo passasse por ela. Dodman testou a eficiência do canal. Ele preparou três cenários para cachorros: canais humanos, como CNN ou Animal Planet, o DOGTV e uma TV desligada. Com monitoramento via câmera, o pesquisador concluiu que 75% deles assistiram pelo menos um bloco a mais do DOGTV do que das outras alternativas. Outra diferença é que cães e gatos enxergam melhor na penumbra. Em volta do glóbulo ocular deles existe uma membrana chamada tapetum lucidum, que funciona como um espelho e reflete toda a luz disponível de volta para a retina. Graças a isso, eles conseguem enxergar até 40% melhor do que os humanos no escuro.

É, perdemos feio nessas partes. Em compensação, temos um ponto a nosso favor: fóveas, que são uma porção de fotorreceptores na área central das retinas. Elas nos permitem ver bem coisas a poucos ou muitos centímetros do nosso nariz. Se você colocar um brinquedo numa distância entre 25 e 40 centímetros do nariz de um cão, provavelmente ele terá dificuldades em vê-lo. Ponto para nós. Mas, grande coisa, ainda ficamos atrás dos pássaros: os papagaios têm quase o dobro de fóveas. Sem contar o fato de os olhos estarem posicionados nas laterais do rosto. Isso permite a ele ver o que acontece ao redor numa panorâmica de quase 360 graus. Se soubessem driblar, seriam ótimos jogadores de futebol - até porque xingar o juiz, os papagaios já sabem muito bem.

O papagaio sabe o que diz?
Ele não grita biscoito à toa. Você ensina o que é biscoito, ele aprende e grita o dia inteiro na tentativa de ganhar mais comida. Muitos deles dizem oi quando você chega e tchau quando vai embora. Eles podem não saber semanticamente o que "oi" significa. Mas vem cá: você sabe, por acaso? Não, porque esse significado nem existe. "Oi" é apenas um som que os falantes de português emitem para avisar que chegaram. E que nós aprendemos quando ainda somos projetos de gente. Por esse ponto de vista, um papagaio dando "oi" é algo tão complexo quanto um ser humano dando "oi".

E talvez eles sejam ainda mais parecidos com a gente. "Acho que entendem o contexto das frases. Dizer que é só imitação é subestimá-los", aposta Susan Friedman. Nada ainda foi comprovado cientificamente, mas 30 anos de pesquisas parecem endossar a opinião de Friedman. Os papagaios podem resolver algumas tarefas linguísticas semelhantes com a mesma habilidade de crianças entre quatro e seis anos. Pelo menos foi assim com Alex, um famoso papagaio treinado pela pesquisadora Irene Pepperberg ao longo de 30 anos. Ele compreendia os conceitos das palavras "mesmo", "diferente", "maior", "menor" e "nenhum", além de saber somar números. No total, conhecia 100 diferentes palavras e distinguia cores e formas. Morreu aos 31 anos de idade, do lado de Irene.

Eles podem não ter as artimanhas do cérebro humano para racionalizar um diálogo e aprender uma língua complexa, mas podem, por associação, entender os contextos de cada frase. Ou, como no caso do cavalo Hans, perceber no íntimo da linguagem corporal do dono como agradá-lo e responder da forma como espera. E não é nada surpreendente.

Eles são bichos sociáveis e se comunicam com outras aves por meio dos sons. Um ruído um pouco mais agudo pode significar perigo à vista, uma conversa à toa, ou um pedido de comida de um filhote. Cada cria, aliás, recebe um nome logo após o nascimento.

Um estudo da Universidade de Cornell colocou câmeras em 16 ninhos de papagaios. As imagens mostram os pais "falando" o nome dos filhos antes mesmo que eles fossem capazes de cantar. Depois de algum tempo, os patriarcas ensinavam os filhos a reproduzirem os sons do próprio nome. Essa troca de nomes também não é sem propósito. Quando as turmas se misturam, fica mais fácil gritar o nome dos companheiros do que tentar encontrá-los no meio da papagaiada. Mas, se há a suspeita de que os papagaios sejam gênios linguísticos, o mesmo vale para os cães e gatos? É o que vamos ver agora.

Todo mundo sabe: um cachorro bem treinado senta quando escuta a ordem. Ou rola e dá a pata. Mas eles entendem que essas cinco letras que formam a palavra "senta" significam "flexione as pernas até apoiar as nádegas numa superfície horizontal"? E que "rolar" é o ato de fazer girar? Não, claro. Mas aquela mania de passar o tempo a observar o dono o deixa pronto para memorizar o som da palavra, a entonação, os movimentos corporais e o que aquilo tudo significa.

"Eles aprenderam as deixas mais fáceis para eles e não a palavra `senta¿, que os cães, com seu repertório limitado de sinais vocais, devem achar difícil de distinguir de outras expressões que soem de maneira parecida", conta John Bradshaw, no livro Cão Senso. É a mesma lógica do cavalo Hans: eles aprendem os pequenos sinais corporais do dono.

Para ganhar espaço no mundo dos homens, seu pet aprendeu a observar cada passo seu. Até os porquinhos-da-índia fazem isso: deixe a gaiola num lugar onde não dá para ver nada e você vai perceber a frustração dele - dificilmente o animal vai interagir com você. Ele precisa conhecer os donos para se acostumar com a companhia e viver as mesmas rotinas. Mas para isso o bicho precisa de tempo para observar.

E eles nos entendem profundamente: sabem quem somos, o que fazemos, coisas que nos agradam ou não (mesmo quando desobedecem). Só quem parece ainda não conhecer tão bem os companheiros são alguns humanos. Os pets já superaram essa fase.

OLFATO
O nariz apurado de um cão pode salvar vidas: treinados, eles detectam se uma pessoa tem ou não câncer de pulmão só pelo odor do hálito. Mesmo que a doença esteja só no começo. Não há máquina capaz de algo parecido.

HOMEM - 5 milhões de células olfativas

CACHORRO - 300 milhões de células olfativas

O MELHOR OLFATO: URSO - 4 Bilhões de células olfativas


AUDIÇÃO

Nenhum animal doméstico é páreo para o gato no quesito audição. Ele consegue ouvir os sons das vibrações corporais dos cupins. E você chegando no térreo, mesmo que esteja num apartamento no décimo andar.

HOMEM - 20 MIL HERTZ

GATO - 60 MIL HERTZ

A MELHOR AUDIÇÃO: BALEIA-BRANCA (OU BELUGA) - 123 MIL HERTZ

VISÃO

Temos três receptores de cor nos olhos: um para cada cor primária (vermelho, azul e verde). Os papagaios têm quatro: os nossos mais um para o ultravioleta. O mundo deles, então, é bem mais colorido que o seu.

HOMEM - 3 receptores de cor

PAPAGAIO - 4 receptores de cor

A MELHOR VISÃO: CAMARÃO MANTIS - 12 receptores de cor

PALADAR
Cachorros e gatos praticamente não sentem o gosto da comida. Se você quiser um bicho de estimação com paladar apurado, compre um porquinho-da-índia, que tem duas vezes mais papilas gustativas que os humanos. Ou arranje um bagre, o campeão mundial de paladar, com três vezes mais papilas que você.

HOMEM - 9 MIL papilas gustativas

PORQUINHO-DA-ÍNDIA - 17 MIL papilas gustativas

O MELHOR PALADAR: BAGRE - 27 MIL papilas gustativas
Por Carol Castro e Alexandre Versignassi