sábado, 14 de abril de 2012

Casamento em terras estrangeiras: destination wedding

Ideia de viajar e curtir por mais tempo a celebração ao lado de amigos e familiares conquista casais brasileiros.


Para celebrar o começo de uma nova fase, alguns casais preferem atravessar fronteiras e planejar o casamento em cidades ou países diferentes, longe de suas cidades de origem. A opção de casamento, conhecida como destination wedding, é uma tendência crescente no País, segundo Jacqueline Dallal Mikahil, psicóloga e autora do livro “Destination wedding – O casamento como destino” (Editora M Luz).

“No Brasil, o destino mais escolhido pelos casais é o litoral, que já configura um destination wedding”, explica Jacqueline. No exterior, os destinos preferidos são Caribe, Ilhas Maldivas, Itália e França. O casal pode oferecer aos convidados apenas a festa no lugar escolhido ou arcar com todos os custos, desde o transporte até a hospedagem.

“É uma oportunidade de convivência mais intensa, já que são cerca de três dias de celebração com a viagem”, ressalta Jacqueline. Os valores podem variar de acordo com o número de convidados e o local da festa; na Europa, uma celebração para 40 convidados pode custar a partir de 30 mil euros, o equivalente a R$ 72 mil.

Planejamento: quanto mais cedo, melhor

Os preparativos para um casamento fora de sua cidade devem ser começados o quanto antes. “Comece com um ano de antecedência, para que todos os envolvidos possam se programar e comparecer ao casamento”, sugere Fernanda Silva, da Wedding-Luxe, organizadora de casamentos no exterior.
O primeiro passo é definir o orçamento. Com os valores em mãos, “o casal deve escolher a cidade ou país desejado e preparar a lista de convidados, que deve ser limitada”, acrescenta Fernanda. O ideal é considerar apenas familiares e amigos próximos. O segundo passo é enviar o chamado “save the date”, para que os convidados tenham tempo suficiente para programar uma viagem e possam confirmar presença, a fim de facilitar os cálculos do casal.
Com a época e o local escolhidos, passe aos detalhes seguintes. “É importante avaliar se o local do casamento estará em alta temporada, qual será a situação climática e outros detalhes, para evitar possíveis frustrações”, orienta Jacqueline.
Considere também o tipo de cerimônia a ser realizada. Para destinos internacionais, é mais complicado organizar uma cerimônia religiosa, que requer uma série de documentos e o pagamento de uma taxa.
Lembre-se também de que não haverá oficialização legal do casamento em terras estrangeiras. “O casal já deverá ter se casado no civil aqui no Brasil”, afirma Fernanda. O destination wedding torna-se uma comemoração do matrimônio, com as bênçãos de um celebrante à escolha dos noivos.

Maria Clara Couto e José Youssef disseram o “sim” em uma cerimônia religiosa na França, no vilarejo de Saint-Symphorien-le-Château, próximo a Paris. Youssef é sírio e seus pais não moram no Brasil, por isso a Europa surgiu como uma possibilidade de reunir a família do casal.
“Meu pai sugeriu que fizéssemos algo só para os familiares na Europa, mas acabamos celebrando com 80 convidados”, conta Maria Clara. A data escolhida foi setembro de 2011, mas os planejamentos começaram cerca de seis meses antes, em março.


O casal hospedou amigos e familiares em um castelo próximo à igreja, onde foi realizada a festa. “Minha família é muito católica e eu fiz questão de ter uma cerimônia religiosa, que foi a parte mais complicada do planejamento”, afirma Maria Clara, que é médica. Foi necessário autenticar documentos em suas respectivas cidades – Campo Grande e Damasco – e pagar uma taxa à igreja.
“Depois da cerimônia e da festa, ainda ficamos uns dez dias com alguns amigos e familiares viajando de carro pela França e por outros lugares da Europa”, relembra a médica. “Fizemos um grande passeio juntos, não foi só um casamento''.
Os noivos Natasha, de Belém do Pará, e Maycon Gonçalves, paulista da capital, também elegeram uma terceira localidade para servir de altar. Arraial D’Ajuda, na Bahia, fica no meio do caminho de suas cidades de origem e foi o cenário do casamento. “Ele tem um carinho muito grande por lá e decidimos que seria a melhor opção”.

 

O fato de não conhecer Porto Seguro e seus fornecedores foi complicado para a organização do casamento. “Precisei levar doces de São Paulo, pois não consegui o contato de ninguém que fizesse esse serviço lá”, diz a noiva.
Mas Natasha não teve preocupações com a burocracia que teria no exterior. A cerimônia religiosa foi celebrada em uma capela, seguida de uma festa em um hotel à beira da praia, em novembro de 2011. “Os convidados começaram a chegar à vila na quarta-feira e foram embora na segunda”, conta. Maycon fez aniversário no domingo, um dia após a cerimônia, e todos participaram de uma segunda comemoração.

Natasha Gonçalves reuniu amigos e familiares para seu casamento, em Arraial D`Ajuda

Se a festa tivesse acontecido em uma das cidades de origem do casal, a celebração não passaria de um dia. “Para mim, a grande sensação do casamento em viagem foi ter curtido vários dias com todas as pessoas juntas em um lugar, de familiares a amigos e amigas que eu não via há muito tempo”, diz Natasha.

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