domingo, 16 de junho de 2013

Outlets de luxo da Europa viram parada obrigatória de brasileiros

Voltar das férias na Europa com uma nova bolsaChanel, um vestido Gucci, um sapato Sergio Rossi ou um casaco Dior já é digno de inveja. Mas retornar da viagem com as mesmas peças, sabendo que se pagou até 70% menos do que o preço anunciado nas vitrines das mesmas lojas na Champs-Élysées, em Paris, na via Montenapoleone, em Milão, ou na Oxford Street, em Londres, é como diz a propaganda, não tem preço.
Prazer antes reservado a quem ia aos Estados Unidos (principalmente Miami e Nova York), as compras em outlets de luxo começa a fazer parte da rotina dos brasileiros também em viagem por países como Espanha, Itália, França e Reino Unido. Só nos nove Villages da rede Chic Outlet Shopping o número de brasileiros cresceu 36% no último ano. Valor que nos coloca em sexto lugar no ranking de maiores compradores internacionais, de acordo com as solicitações de devoluções de impostos (tax free refund) entregues.
Nas primeiras posições estão China, Rússia, os países do sudeste asiático, Oriente Médio e Coreia, sendo que, em 2011, a rede da empresa britânica Value Retail que recebeu 29 milhões de visitantes vindos de 170 países. Um crescimento total de 12% em relação ao ano anterior. “Grande parte de nosso público já está familiarizada com esses produtos, mas para 50% ainda era algo aspiracional. Com os descontos ajudamos essas marcas a chegarem a novos consumidores”, afirma Sarah Bartlett, diretora de comunicações da rede.
Ao contrário dos outlets americanos, nos quais o foco são grifes de de fast fashion como Gap e Nike, ou pontas de estoque com diversos itens com pequenos defeitos e mal apresentados, as mais de 900 marcas presentes na rede Chic – entre elas Gucci, Salvatore Ferragamo, Jimmy Choo, La Perla, Roberto Cavalli, Versace, Yves Saint Laurent, Valentino, Ermenegildo Zegna, Tod’s,Burberry, CH Carolina Herrera e Missoni – fazem questão de manter o mesmo padrão de atendimento e layout de suas principais lojas. Tudo com descontos de 30% a 70%.
“Oitenta porcento das marcas presentes em nossos outlets são big players de luxo. Os outros 20% são grifes locais, de nicho, que seguem o mesmo padrão premium”, afirma Sarah. Entre elas, Custo Barcelona, Anne Fontaine, Tous e Andrea Moreli.
Localizados, em média, a 45 minutos de grandes centros culturais da Europa, como Londres, Dublin, Paris, Madri, Barcelona, Milão, Bruxelas, Frankfurt e Munique, os outlets de luxo costumam oferecer serviço de ônibus e, em alguns casos, até mesmo motoristas privados para facilitar o deslocamento.
Em alguns é possível contar até mesmo com a ajuda de personal shopper e carregadores (ou armários) para você não se incomodar com o peso das sacolas o tempo todo. Serviços dignos de qualquer shopping de alto nível, assim como as instalações encontradas. Tudo cuidadosamente pensado para tornar a experiência desejável tanto para as marcas, que têm uma imagem a zelar, quanto para o público acostumado a essas sutilezas.
“Todos os detalhes foram pensados para não comprometer a marca ou a experiência de compra”, completa a executiva, que veio ao Brasil em abril para fechar parcerias com operadoras de turismo interessadas em incluir os shoppings em seus pacotes. O foco no turista brasileiro não é por acaso.
Em alguns outlets da rede Chic, a posição do País entre os maiores compradores chega a ser ainda melhor do que o sexto lugar da média. Segundo Sarah, no La Roca Village e no Las Rozas Village, próximos a Barcelona e Madri, respectivamente, os brasileiros já são o segundo maior público comprador. Em Milão e Dublin são o quarto e, em Paris, o quinto. O que levou a rede a contratar uma hostess que fale português.

Nesses lugares, o tíquete médio dos brasileiros – dados obtidos com base nas solicitações de devolução de impostos entregues no local – é de 276 euros, frente os 300 euros do público em geral. O que prova que o investimento para conquistar o mercado nacional vale, e muito, a pena. E para ambos os lados, uma vez que alguns dos produtos podem ser adquiridos por menos de um quarto do valor praticado no mercado nacional.


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