sábado, 27 de agosto de 2011

O inquestionável poder da mulher fatal


Cleópatra seduziu Júlio Cesar e Marco Antônio, os dois homens mais poderosos de sua época. O poder que teve sobre Marco Antônio foi tanto que, quando Roma toda ficou contra ele, o suicídio foi a única saída. Na História encontramos muitos exemplos de mulheres fatais. A primeira e a mais competente de que se tem notícia parece ter sido mesmo Eva. Ao tentar Adão, teria provocado a desgraça, não só para ele, mas para todos nós.

No início do século 20, algumas cortesãs se misturavam com a alta sociedade e era chique um jovem ser arruinado por uma delas. Quanto mais dilapidavam uma fortuna, mais eram valorizadas. O rei Eduardo VIII, da Inglaterra, foi vítima dessa perigosa atração ao desistir do trono, em 1936, para se casar com uma divorciada americana. E há quem atribua à atração que Yoko Ono exerceu sobre John Lennon, na década de 70, o lamentável fim dos Beatles. Essas histórias são antigas, mas até hoje mulheres fatais parecem continuar por aí.

Quantos homens foram vítimas de femme fatales? Sempre se contaram histórias de homens que perderam tudo, ficaram na miséria tentando satisfazer todos os desejos da mulher amada. Elas exigiam apartamentos, joias, casacos de pele; e eles nem titubeavam, compravam tudo para elas. As mulheres “respeitáveis” observavam de longe e se perguntavam: “O que elas têm que eu não tenho?” E como o sexo devia ser contido para estas, era natural imaginarem que a resposta estava no prazer especial que as outras sabiam proporcionar aos homens. Mas será que o motivo dessa paixão obsessiva pode ser atribuído somente ao sexo? É pouco provável.
A ideia que se tem da mulher fatal é a de uma mulher atraente, tão irresistível que faz o homem abandonar tudo por sua causa e depois, então, acaba com ele, muitas vezes provocando tragédias. Dizem alguns que a femme fatale clássica se torna prostituta de categoria depois de ter sido abandonada por um namorado e dedica o resto da vida a se vingar nos homens que conhece. Mas, afinal, o que faz essas mulheres terem tanta força? Como conseguem dominar homens poderosos e submetê-los aos seus desejos?
Talvez a explicação se encontre na forma como as crianças são educadas na nossa cultura. Desde cedo o homem é ensinado a não precisar da mãe para não ser visto como frágil, “filhinho da mamãe”. Para isso, aprende a considerar a mulher inferior, a desprezá-la. Entretanto, essa atitude não passa de uma defesa por ter sido afastado da mãe quando ainda precisava de seus cuidados e carinho. A mulher, por sua vez, deve ser submissa ao homem, deixar que ele domine a relação e decida as coisas.
A mulher fatal, ao contrário, é forte, dominadora e habilmente induz o homem a fazer o que deseja. Desta forma, não é difícil ele se tornar dependente por encontrar nela a satisfação das necessidades reprimidas desde a infância: ser cuidado e dirigido por uma mulher. Com ela, pode se tornar menino, se sentir protegido. E é claro que sexualmente ela o satisfaz, já que não mede esforços para tê-lo nas mãos. A entrega dele é total. Não há dúvida de que a mulher fatal do século 21 é bem diferente das suas antecessoras, mas o fascínio exercido sobre o homem que a deseja não é em nada menor. Dificilmente ele resiste, é capaz de qualquer loucura por ela.

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