domingo, 5 de junho de 2011

Correr atrás ou deixar rolar?

É melhor ir atrás daquilo que se procura com unhas e dentes ou esperar que aconteça?




Todos são familiarizados com aquele ditado que diz que quando amamos alguém é necessário dar ao outro o direito da liberdade, já que fundamentalmente é uma escolha de todos e de cada um estar dentro de uma relação. Portanto, travar uma luta para ter aquilo que se deseja está em desencontro com esse princípio, por outro lado muitos se perguntam qual seria então o meio para se conquistar uma relação de forma saudável?

Uma conquista, em qualquer campo da vida, não é uma tarefa fácil, envolve desejo, persistência, capacidade, dedicação, objetivo. No campo do amor, das relações, não podemos dizer que seja diferente, envolve tudo isso e até mais, bom senso, auto conhecimento, auto-estima, segurança, confiança em si mesmo, interesse mútuo.

Para alguns uma conquista amorosa pode significar algo parecido como uma batalha, uma batalha algumas vezes contra si mesmo, quando se faz de tudo e qualquer coisa para ter uma certa pessoa junto, inclusive se desvalorizando, se descuidando, traindo princípios; ou ainda uma batalha para conquistar, traçando estratégias, invadindo o que pode se virar contra a própria relação.

Sem dúvida, é fundamental se dedicar a conquistar o que deseja, na seara do amor é muito válido mostrar ao outro o que sente, seu interesse, o objetivo de se aproximar, mas é uma linha muito tênue, a qual é importante estar sempre atento, entre o "correr atrás" e o "correr atrás com unhas e dentes". É justamente essa imagem final que gera uma impressão de luta, a luta é válida e legítima, contanto que não se torne um estresse, uma angústia, uma conquista à qualquer preço.

Esbarramos na questão do limite, do amor à qualquer preço onde um ou os dois podem pagar uma conta cara no final. O amor, o interesse pelo outro, o início de uma relação, a permanência de um namoro, pode precisar de uma ajudinha vez ou outra, um investimento maior, um cuidado extra, mas vale sempre considerar que não temos um poder absoluto sobre tudo ou todos e que um encontro acontece em uma via de mão dupla, só podemos encontrar o que está no mundo para ser achado.

Para outros a conquista envolve um movimento mais amplo, mais leve, mais casual, mais livre, onde existirá um espaço natural para promover o encontro, para conhecer o outro, para deixar a relação fluir e surgir. Uma dupla ritmada e sintonizada se encontrando no mesmo desejo, segue em um compasso, ainda que precisem de ajustes, acertos e vivam alguns desencontros inicialmente e que alguma atitude mais assertiva precise ser tomada, ainda que o jogo esteja em ação, o "ataque" é mais suave, a estratégia mais inteligente. Com isso não digo em permanecer passivo ou observador indireto da própria vida, ao contrário, é preciso viver, sair, conhecer, ampliar as relações.

Sendo assim, concluímos que o melhor é fazer uso de suas ferramentas pessoais, qualidades e atributos que todos possuem de forma que te ajudem a ir de encontro ao amor que procuram. O empenho e a dedicação na conquista são essenciais assim como também seguir em seus objetivos, não se abater, ter esperança, se divertir na busca. Porém, uma vez encontrado o que se procurava, quem se procurava, cuide para não transformar um sentimento que naturalmente acontece em um campo de batalha. Como escrevi no início o amor é não só direito de todos, como também uma escolha de cada um.

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