quarta-feira, 22 de maio de 2013

Os prós e contras dos cosméticos industrializados e dos manipulados

Os manipulados são concentrados, mas duram menos. Os industrializados são testados à exaustão, mas não são feitos sob medida: veja os prós e contras antes de escolher o seu

Na busca pelo hidratante ou antirrugas perfeito, é comum sair do consultório do dermatologista com receitas prontas para serem levadas à farmácia de manipulação. Não é raro, também, ficar na dúvida sobre as diferenças entre os produtos manipulados ou industrializados.
Dentre as vantagens da farmácia de manipulação, está a possibilidade do médico escolher a dosagem e composição específica para cada paciente, podendo fugir dos limites impostos por lei aos industrializados. Ainda é possível combinar mais de um princípio ativo no mesmo veículo - creme, loção, gel, mousse etc. -, economizando tempo e espaço na penteadeira.
Para Vânia Leite, professora do departamento de cosmetologia da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), há casos em que o manipulado é, sim, o mais indicado. Como as fórmulas são elaboradas considerando as particularidades de cada pessoa, você nunca deve pedir uma receita emprestada a uma amiga. É este também o motivo pelo qual você não pode chegar na farmácia sem a formulação feita por seu dermatologista. “O farmacêutico só pode fornecer o medicamento ou cosmético mediante apresentação de receita”, explica Vânia.
É aí que entram os produtos industrializados. Além de estarem cada vez mais segmentados, você pode encontrar seu produto ideal na base da tentativa e erro. “Há alguns anos, todo mundo tinha de usar o mesmo xampu. Hoje, você encontra produtos para todos os tipos de cabelo em qualquer supermercado”, exemplifica Vânia. “No passado, o único jeito de ter um cosmético específico para seu tipo de pele ou cabelo era indo à farmácia de manipulação”, arremata.
Com tanta variedade, algumas pessoas tentam copiar um creme industrializado que compraram em uma viagem, por exemplo. Porém, segundo Maria Valéria Robles, professora do departamento de cosmetologia da Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP), isto é impossível. “Os cosméticos vêm com os ingredientes especificados no rótulo, mas não com as quantidades. A variação de 0,1% em um deles pode alterar completamente o funcionamento do produto”, explica.
Mesmo assim, para Valéria, é mais fácil se dar bem com produtos manipulados do que com os industrializados. “O médico está mais próximo do paciente do que o serviço de atendimento ao cliente”, ela conta. “Por isso, os efeitos são acompanhados durante o tratamento, e ajustes na fórmula e, até, no veículo utilizado podem ser feitos”. Deste modo, você pode ter seu dermocosmético adaptado a seu estilo de vida.
Já a dermatologista Carolina Marçon vê mais vantagens nos produtos industrializados. Além de atenderem a diversos biotipos, as marcas fazem testes por meses e até anos antes de lançar um produto no mercado. Com isso, há o respaldo científico de que a fórmula industrializada funciona e, ainda, sabe-se com certeza quais são seus possíveis efeitos colaterais. “Com os manipulados só podemos ter previsões do seu comportamento, pois cada um utiliza veículos e porcentagens diferentes de princípios ativos. Os industrializados já têm sua eficácia comprovada”, alerta Carolina.
Os produtos manipulados têm, ainda, menor data de validade e controle de qualidade variável de farmácia para farmácia. Este é um dos motivos pelos quais uma farmácia de manipulação não pode produzir em larga escala. Caso uma delas tenha o interesse de lançar uma linha própria, por exemplo, é necessário que se monte uma estrutura industrial para cumprir com as normas de higiene e segurança.

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