As pessoas estão em busca de novas alternativas para apimentar o sexo na
cama. Mas por que o livro "Cinquenta tons de cinza" tem feito tanto
sucesso entre as mulheres? Desvendamos o universo BDSM.
Esqueça livros como "As Mil e Uma Noites" ou até mesmo o conhecido
"Kama Sutra" e suas posições sexuais mirabolantes. O filão agora a ser
explorado pelo mercado editorial são os livros com temáticas eróticas. "Cinquenta tons de cinza",
da autora norte-americana E. L. James, já é considerado o maior
fenômeno editorial desde a saga Harry Potter. Prestes a vender 40
milhões de exemplares pelo mundo, no Brasil virou best-seller e
ultrapassou a casa dos 100 mil. No Reino Unido, por exemplo, é o romance
mais vendido de todos os tempos ao chegar à marca de 5,3 milhões de
cópias comercializadas, segundo dados divulgados pela Editora
Cornerstone Publishing.
Quem pensa que o enredo fala de bruxos,
vampiros ou reinos encantados se engana. O romance é simples e ousado:
conta a relação entre o jovem e sedutor empresário milionário Christian
Grey e a inocente estudante Anastasia Steele, que se torna sua submissa
(ou sua escrava sexual) no intrigante jogo sexual do sadomasoquismo. O
dominador Grey conserva, em sua cobertura, o chamado "quarto da dor". O
cômodo é equipado com cama gigante, chicotes, correntes, algemas e muito
mais para as sessões de dor e prazer.
Se antigamente fetiches
eróticos deste tipo eram mal vistos pela sociedade, atualmente parecem
cada vez menos inclinados à clandestinidade. Hoje, práticas sexuais
entendidas como estranhas ganham lugar, visibilidade, aceitação e
acessórios em sex-shops. As pessoas estão em busca de novas alternativas
para apimentar o sexo sem que, para isso, sejam condenadas à fogueira
do desconhecimento. Mas por que o livro tem feito tanto sucesso entre as
mulheres?
"O livro, parte de uma trilogia, encantou as mulheres americanas pela
forma com que a autora aborda o tema: uma jovem virgem que desperta
para o sexo pelas mãos de um amante experiente e ousado, que a seduz com
ações e práticas aflitivas, já que envolve um tipo de sexo onde a dor é
usada para o aumento do prazer. O sadomasoquismo sempre atrai
interesse, embora nem sempre este interesse quer dizer intenção de
praticar", explica a sexóloga e professora de Ginástica Íntima, Regina
Racco.
O sadismo, em linhas gerais, é a arte de fazer sofrer e o
masoquismo a de receber o sofrimento como forma de sentir prazer.
Sadomasoquismo, então, é a prática pelo casal de um tipo de sexo que
envolve o uso de acessórios (algemas, chicotes, prendedores, vendas,
coleiras e outros) e situações de dominação/submissão para levar ao
orgasmo.
"A obra encantou as americanas e foi eleita pela mídia
como um estrondoso sucesso, mas as mulheres não devem esperar grande
literatura. Achei meio mal escrita, como se fosse feita às pressas para
aproveitar o momento, coisa de produção em série mesmo. Mas é
interessante que a leitura sirva para despertar o casal para uma vida
mais plena de prazer", comenta a sexóloga.
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