terça-feira, 27 de setembro de 2011

A evolução dos celulares

Descubra como seu querido celular precisou passar por um rigoroso regime para poder caber no seu bolso – e talvez um dia na sua carteira
Os celulares são parte integrante na vida das pessoas. Mas se hoje podemos carrega-los no bolso, devemos isso a uma penosa dieta iniciada no final dos anos 1980 que continua até hoje.
A evolução destes equipamentos móveis de comunicação pode ser comparado como a de uma criança gordinha que durante a adolescência fez regime até ficar anorexia na maturidade.
Eles eram grandes, pesados e caros, mas, aos poucos, foram diminuindo de tamanho e peso, tornando-se tão leves que, sob o cuidado de olhos menos atentos, podem ser perdidos facilmente.
Neste artigo, vamos contar um pouco da história e evolução destes aparelhinhos cobiçados e essenciais no mundo atual e mostrar como uma dieta balanceada em tecnologia e desenvolvimento reduziu o peso de um equipamento de 40 quilos para quase zero.

No jurássico ano de 1956, a Ericsson desenvolveu o que é hoje considerado o primeiro telefone celular do mundo. O obeso Ericsson MTA ( Mobilie Telephony A ) pesava incríveis 40 quilos e era instalado em porta malas de carros, já que obviamente não cabia no bolso de ninguém.

Quase 30 anos depois da invenção do Ericsson MTA, a Motorola lançou no mercado o DynaTAC 8000X, cujo protótipo foi fabricado em 1973. Com visual revolucionário frente ao seu antecessor, o aparelho pesava “leves” 800 gramas e contava com o impressionante e quase milagroso recurso de ligar para outros telefones de qualquer lugar. Não demorou muito para que o DynaTAC 8000X se tornasse um símbolo de status e virasse objeto de desejo da socialite mundial, que chegava a pagar até US$ 8 mil para brincar com o tijolão.
Em 1989, surgiu o Motorola MicroTAC, primeiro telefone que cabia no bolso das pessoas sem causar problemas musculares. O aparelho foi considerado o mais leve de sua época, pesando 290 gramas, e sua bateria durava 90 minutos em uso e 15 horas em stand by. O preço também começou a ficar menos obsceno (US$ 3.000,00).

Em 1994, a Motorola teve a brilhante ideia de juntar o telefone com uma mala de mão, assim o usuário poderia ligar para seu celular quando perdesse sua bolsa. A mala também servia para transportar uma bateria, permitindo ao proprietária ter longas horas de conversação. No entanto, o volume geral do telefone limitava o seu uso aos carros e com celulares menores no mercado, o Phone Bag 2900 logo foi descartado pelos indivíduos normais.
Em 1996, a Motorola (de novo ela) voltou a emagrecer a sua linha de telefones celulares e adicionou um sistema que permitia aos usuários dobarem o telefone no meio quando eles não o estivessem usando. A novidade virou moda e todo mundo começou a desdobrar seus celulares como se estivessem abrindo a faca do canivete ou tirando a espada da cintura. Muitas garotas ficavam sem folego dependendo da performance do proprietário.

Se você acha que a Apple inventou os smatphones você é um fanfarrão. Bem antes da maça mordida começar a produzir telefones inteligentes, a Nokia já tinha lançado o 9000i Communicator, o verdadeiro “primeiro celular e computador de bolso” do mundo. A nova configuração física do aparelho comprometeu o regime do celular. Mas a gordura extra dava ao usuário a possibilidade de enviar e receber fax, mensagens de texto e e-mail, além de acesso limitado à Web através de 160 mensagens SMS.

O fim do direito a privacidade pode ter começado quando a Sprint Sanyo lançou o primeiro telefone celular americano com uma câmera embutida, o SCP-5300. Não demorou muito para que espertinhos de plantão registrassem qualquer situação inusitada a sua volta e eternizassem momentos cômicos que deveriam durar apenas alguns segundos. A novidade, obviamente, foi um sucesso de vendas.

Quando a BlackBerry resolveu transformar sua linha de pagers em smartphones, a empresa iniciou a maior tendencia de moda já vista entre os executivos depois da invenção do terno e da gravata. O acessório era mais importante que a formação acadêmica em alguns casos, e a função de comunicação por voz da versão 5810 oferecia uma maneira totalmente nova e criativa de se exibir para os colegas.
Anunciado em janeiro de 2007 e lançado em junho do mesmo ano, o iPhone, da Apple, explodiu como uma bomba na cabeça da indústria de telefoneis moveis. O brinquedinho de Steve Jobs tinha um design atrativo, tela brilhante e sensível ao toque e um poderoso navegador de internet - tudo o que uma criança precisa para viver bem. Era tão inovador que a Apple registrou mais de duzentas patentes relacionadas com a tecnologia que o criou. E seu peso era de apenas 135 gramas, muito abaixo se comparado com outros smartphones. Depois dele, a indústria mobile nunca mais foi a mesma.
O futuro dos smartphones pode ser da grossura de uma folha de papel. Pelo menos é o que espera os pesquisadores responsáveis pelo PaperPhone, mais uma ideia do que um projeto. O aparelho seria parecido com um cartão de credito, e não consumiria energia quando não fosse manuseado, resolvendo a principal desvantagem dos celulares atuais – a duração da bateria. Apesar de estar só no começo, o projeto pode ser o início de uma nova geração de smartphones anoréxicos tão leves quanto uma pluma. Nada mal para um equipamento que começou pesando mórbidos 40 quilos.


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