segunda-feira, 23 de maio de 2011

Rua Direita é uma das mais antigas da Capital paulista



Imortalizada pela canção ‘Do lado direito da Rua Direita’, do grupo carioca Originais do Samba, a Rua Direita, no Centro, é um dos mais antigos logradouros da Capital paulista. Aberta no século 16, a via, que, segundo o Dicionário de Ruas, já se chamou Direita de Santo, Santo Antônio e Direita da Misericórdia, era passagem obrigatória no início do século 19 para quem ‘fazia o triângulo’, expressão usada pelos jovens da época que circulavam pelo perímetro delimitado pelas ruas Direita, São Bento e 15 de Novembro.
A paquera acontecia enquanto os rapazes deixavam o Largo São Bento pela Rua 15 de Novembro, seguindo pela Rua Direita e, então, São Bento, as moças faziam o percurso inverso.
Ainda de acordo com o Dicionário de Ruas, era no Bar Viaduto, localizado no número 12 da Rua Direita, que se reuniam os casais apaixonados.
O extinto bar – que nasceu na década de 1920 do sonho dos italianos Giusto Fontana e Cesare Caselli, e reunia uma orquestra em seu interior – recebia também diariamente famílias apreciadoras de ópera e canções do universo popular italiano, conforme o Almanack Paulistano. Anos mais tarde, já na década de 1960, deu espaço à também extinta Casa de Beethoven.
Restauro para misturar o velho e o novo
Caminho para quem sai da Praça da Sé e segue para a Praça do Patriarca, ou vice e versa, a Rua Direita passou a ser assim definitivamente chamada a partir de 1899. Antes, os nomes pelos quais foi chamada fizeram alusão à Igreja de Santo Antônio, localizada no Patriarca, e à demolida Igreja da Misericórdia.
Após inúmeras mudanças, atualmente, a Rua Direita reúne uma gama de lojas, grandes magazines especializados em moda masculina, feminina e infanto-juvenil, além de  lojas de eletroeletrônicos, entre outros comércios.
Caminho direto entre a Sé e o Anhangabaú, a Rua Direita, no Centro, reúne tesouros tombados como patrimônios históricos.
Intocado, o Edifício Palacete Tereza Toledo Lara, localizado na Rua Direita, 123 e 129, é um deles. Preservado com as características originais de seus vitrais, piso, paredes e até mesmo o elevador, o imóvel será restaurado e voltará a exibir os sinais do passado.
O projeto foi assinado pelo arquiteto alemão Augusto Fried a pedido do conde Antonio de Toledo Lara. Construído em 1910, o prédio décadas mais tarde abrigou a Rádio Record.
“Esperamos agora pela restauração. Muitos estudantes nos procuram para entrar e fotografar, mas tem gente que passa tão apressado por aqui que nem se dá conta que o prédio é uma obra histórica”, disse o zelador do imóvel, Jonas Elias Araújo.
Vizinho ao prédio, o Edifício Guinle, um dos mais antigos da cidade, já está em processo de restauração. Em obras, por detrás de andaimes está uma fachada que em cinco meses há de se revelar, de acordo com a expectativa da Companhia do Restauro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário