segunda-feira, 16 de maio de 2011

Por dentro do Marco Zero da Cidade


Palco dos comicios das Diretas Já, no inicio da década de 1980, a Praça da Sé, no coração da Capital, reúne histórias centenárias.
Passagem diaria obrigatória para milhares de pessoas, a praça é servida por uma das mais importantes estações do sistema Metroviário de São Paulo, além de abrigar a imponente Catedral Metropolitana de São Paulo, popularmente e carinhosamente conhecida como Catedral da Sé.
O nome da mais famosa praça da cidade, de acordo com o historiador e professor da Faculdade de Arquiterura e Urbanismo (FAM) da USP, Nestor Goulart Reis Filho, esta relacionado a igreja. "Nome diz respeito à sede do bispado por causa do grupo de bispos e arcebispos que dirigia a igreja dali".
Dem acordo com Reis Filho em 1610 a Paraça exibia poucos traços do que se conhece hoje. "Nessa época ali ainda não era a Sé, por que a igreja era a matriz de São Paulo. Em 1711, uma transformação em São Paulo, faz da Praça a primeira Sé", disse ele, que explicou ainda que a praça passou por pelo menos 4 grandes alterações. "No início da década de 1910 campanhas fizeram com que o centro fosse reformado.A praça foi ampliada, e é então que começam a se construir os escritórios, os prédios, entre eles o mais famoso era o Santa Helena, demolido em 1971 para a construção da estação Sé do Metrô.
Anos mais tarde, na década de 1920, profissionais de diferentes areas se reuniam em busca de trabalhos e divisão de tarefas. " Em cada canto ficava um grupo: eram pedreiros, músicos esse era o ponto de encontro de quem precisava achar um determinado profissional, e para os que buscavam por um trabalho".
Hoje, seja dia, seja noite, a Praça da Sé é cenário para diferentes tribos. São músicos ou comediantes dividindo espaço com apressados que cruzam a praça, religiosos que pregam suas crenças, moradores em situação de rua, vendedores, entre tantos outros que passam por ali.

Movimentação é Intensa no Centro Geográfico

Todos os dias a movimentação na Praça da Sé, no Centro, é intensa. faça chuva, faça sol, o local não para. Inaugura em 1978, a Estação Sé, integrada a linha 1-Azul, e linha 3-Vermelha, registra diariamente a média de 82 mil entradas de usuários. Mas o número de pessoas que passam pela agitada estação é de 800 mil.
Ponto de partida da capital, o monumento localizado bem no centro da Praça, o Marco 0, revestido de mármore,  representa o centro geográfico da cidade.
Outra caracteristica são as cercas de 30 palmeiras imperiais plantadas nas laterais do passeio central. "Foi Dom João VI quem mandou plantar essa especie no Jardim Botânico no Rio de Janeiro, em 1808. Depois as palmeiras se espalharam pelo Brasil inteiro".

Todos os Dias, a catedral da Sé Recebe Cerca de 3 Mil Visitantes

Inaugurada na comemoração do 4º centenário da cidade de São Paulo, em 1954, a Catedral da Sé que se conhece hoje começou a ser construida em 1913. Inspirada na Catedral de Notre Dame, de Paris na França, o templo reúne em sua arquitetura elementos da fauna e flora brasileira.
Em uma cripta em seu interior estão os tumulos dos bispos e arcebispos nascidos no Brasil e Portugal.
"Normalmente as pessoas não percbem, mas dentro da Catedral, nas colunas e acabamentos, existem detalhes como tucanos, tatus, tudo inspirado na fauna e flora brasileira".
Segundo as referências brasileiras é podem ser vistas também no altar do templo.
"A mesa do altar e as colunas são feitas em mármore amarelo e o crucifixo é de malaquita verde. Essas são as referências brasileiras que poucas pessoas notam", disse a monirora, que explicou ainda que 70% dos visitantes da Catedral são estrangeiros.
Diariamente certa de 3 mil pessoas passam pela igreja. Em dias de maior movimento esse número pode chegar a 5 mil visitantes. Quem decide conhecer de perto os detalhes da Catedral tem a chance ainda e visitar a cripta onde estão os restos mortais de Eça de Tibiriça, primeiro indigêna a ser catequisado pelos jesuitas e Regente Feijó. "O primeiro arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo, também descansa aqui".
Ao todo, 16 tumulos estão ocupados. E bem no centro da cripta uma copia do Santo Sudário (tecido em que foi envolvido o corpo de Jesus Cristo ao ser sepultado) chama a atenção de quem visita o local.
"Da pra ver o rosto de Jesus, é fascinante", disse Augusto Bouret de 19 anos. Morador de Cuiabá, o visitante, que veio a São Paulo para tratamento médico, e dias atrás por um transplante de rim, fez questão de conhecer o local sagrado.

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