terça-feira, 9 de abril de 2013

Desta vez, admita que você também errou!


Você só pede desculpas se o outro pedir primeiro? Só demonstra o que sente se a pessoa amada demonstrar primeiro? Só expressa seus sentimentos se tiver certeza de que o outro gosta de você?
Você não deixa por menos e responde com grosseria se a pessoa que você gosta assim lhe tratar? Jamais engole sapo e dá o troco quando acha que ela está te sacaneando? Você se sente satisfeito por ter a fama de ser orgulhoso?
Pois eu vou lhe dizer: só você está perdendo com isso! Além de todas as oportunidades de mostrar a sua grandeza, a sua capacidade de transformar as energias e reverter uma situação negativa para positiva, você também está correndo o sério risco de matar o seu amor!!!

A vaidade, os pedidos do ego para que fiquemos sempre por cima, para que nos vinguemos de todas as pessoas que nos ofendem e nos magoam de alguma forma, mesmo que esta pessoa seja a que mais acreditamos que amamos, não nos faz crescer, não nos faz, de forma alguma, felizes!

Precisamos compreender o verdadeiro significado do amor. Não quero defender a idéia de que devemos aceitar tudo, mas antes, que possamos ao menos identificar essa voz avassaladora do ego, que grita dentro da gente o tempo todo. Que aprendamos a perceber que os impulsos destrutivos só atrasam ainda mais o nosso sucesso e a nossa realização.
Portanto, quando nos sentirmos tomados pela mágoa ou até pela raiva diante de uma situação que nos fez sentir muito mal, diminuído, subjugado ou traído, que possamos nos voltar para dentro, para o coração... e entender que esse sentimento vai passar, que de alguma forma, certamente também contribuímos para que nem tudo desse certo.

Precisamos começar a admitir mais o quanto nos equivocamos, o quanto agimos de forma egoísta, pequena, vazia, especialmente quando damos o troco na mesma moeda. Todos nós achamos que temos razão, sempre. Aliás, todos nós temos mesmo nossas razões. Tanto você, quanto a pessoa com quem você está brigando... e o pior: esta é a pessoa com quem você mais gostaria de estar bem, de estar feliz, de estar satisfeito...
Por que tantos casamentos acabando? Tantos namoros cheios de brigas, desentendimentos e ofensas? Por que tantas relações frias, distantes, cheias de mágoas, ressentimentos e raiva? Simplesmente porque não conseguimos enxergar nossos próprios erros; porque não conseguimos perdoar os erros do outro, porque não aceitamos o fato de que todos nós erramos, mas alguém tem de perdoar primeiro, tem de admitir seus erros primeiro, tem de baixar a guarda e mostrar o quanto está se sentindo mal por tantas brigas... Enfim, plagiando o filme de Nancy Meyers, alguém tem que ceder!!! E que bom se puder ser você... porque isso é ser gente, é ser grande, é realmente estar por cima...

Eu sei, não é fácil, mas eu lhe garanto que a sensação de bem-estar que vai te invadir depois que você conseguir dar o primeiro passo, que você conseguir ceder em nome do amor que sente e da paz que tanto procura, será tão boa que terá valido o seu esforço.
Além do mais, pense um pouquinho: palavras como humanidade, honra, evolução, sensibilidade, afeto, doçura, querer-bem, entre tantas outras, nada mais podem significar do que isso - superar o ego e agir com o coração... Falar com brandura, propor uma conversa, chorar, demonstrar o que você está sentindo, tocar em assuntos tão delicados como confessar um erro seu, um sentimento pequeno que guiou suas atitudes, um arrependimento... Todos nós temos tanto a confessar para quem amamos... Experimente, ao menos desta vez, falar dos seus defeitos, dos seus erros, do quanto você deseja ser aceito como é, apesar de reconhecer que tem tanto a melhorar... falar de você ao invés de acusar, criticar, apontar os erros do outro, detalhar os defeitos da pessoa amada tin-tin por tin-tin, e ainda usar aquele tom trivial de eu tenho razão, você é quem está errado!, é você quem precisa mudar, etc...

Desta vez, fale de você, dos seus erros, do seu desejo de ser feliz, de recomeçar, de tentar de novo, mais um dia... e amanhã, quem sabe, errar um pouco menos... e amar um pouco mais...



por: Rosana Braga 

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