Estou cada dia mais segura de que as relações que estabelecemos em cada fase de nossas vidas são atraídas e determinadas por nossas verdades pessoais, por aquilo que acreditamos ser consistente, coerente, aceitável.
Até aí, parece muito fácil identificarmos, então, o que é que determina tais relações. Entretanto, tanto quanto estou certa de que a nossa crença é a nossa sentença, também estou certa de que é somente com muito autoconhecimento, coragem e disponibilidade para decifrar nossos mais profundos conceitos, que poderemos conhecer nossas crenças e transformá-las.
Geralmente (eu diria até que na maioria das vezes), bem pouco ou quase nada sabemos sobre as crenças que fomos absorvendo especialmente nos primeiros 20 anos de nossas vidas. Este é um tempo em que as pessoas mais próximas de nós sempre têm algo de si mesmas para nos dar como verdade, seja através de palavras ou de atitudes. Assim, absorvemos delas o que não necessariamente é verdadeiro para nós.
Somente a partir do momento em que nos reconhecemos como adultos e inteiramente responsáveis por nossas próprias vidas (sem ficar culpando pai, mãe, destino, condição social, física ou financeira ou quem quer que seja por nossos fracassos) é que podemos encarar este amontoado de crenças e, definitivamente, começar a botar fora o que não nos serve de nada, adequar aquilo que nos convém e assumir inteiramente aquilo em que realmente acreditamos. Neste momento, podemos escolher conscientemente, propositadamente, as nossas crenças e, assim, decidir a nossa sentença.
Tudo isso pra dizer que o amor que você oferece, o jeito com que você o recebe e as relações que você vive têm absolutamente tudo a ver com as suas crenças sobre o que venha a ser afeto, namoro, casamento, carinho, companheirismo, fidelidade, confiança, respeito e admiração.
Não basta afirmar e reafirmar, o tempo todo, indiscriminadamente, que você quer encontrar uma pessoa para compartilhar sua vida, que você deseja que seu casamento dê certo, que tudo o que você mais quer é ser feliz no amor se, de verdade, contundentemente, você não acredita nesta possibilidade.
Talvez você ache que acredita; talvez você até queira mesmo acreditar; mas é preciso mais do que achar ou querer; é preciso transformar suas crenças internas. Decifrá-las, reconhecê-las, admiti-las como suas e, através de um trabalho profundo e dedicado, vomitá-las enquanto venenos e reabsorvê-las como crenças positivas, que levem você ao sucesso, à realização e à certeza absoluta de que é possível conquistar o que você deseja.
Como fazer isso? Eu gostaria muito de lhe dizer que é fácil, mas não posso; estaria mentindo. Mas posso dizer que é totalmente possível, o que talvez já seja mais do que você acredita. Você precisa iniciar um processo de auto-observação durante o máximo de tempo que conseguir. Precisa fazer isso com o coração aberto: sem se criticar nem se defender. Não se culpe e nem se absolva, apenas se observe.
Por exemplo: O que você realmente pensa (aquela parte mais dentro de você que você consegue ouvir) quando alguém lhe conta sobre uma relação que está dando super certo? Pensa: nossa, que legal, tomara que continue assim e que eles sejam cada dia mais felizes... ou até parece!!! Nenhuma relação dá tão certo assim... ele só pode estar exagerando ou inventando...?!?
Ou ainda, o que você pensa quando alguém lhe diz que muitos homens querem assumir um compromisso e que muitas mulheres não são interesseiras? Pensa: que bom que existem pessoas disponíveis e bem intencionadas! ou ah, tá... e eu sou o papai-noel...?!?
Este é um bom começo para você saber em quê realmente acredita. Porque aquela voz que você ouve bem baixinho, com som abafado, falando coisas o tempo todo dentro de você, mas que você geralmente maquia, mascara, reformula e expressa de um outro jeito, é a que melhor decifra as suas verdadeiras crenças... Preste atenção, pense nisso!!!
Você poderá se sentir flagrado e até envergonhado diversas vezes, como se estivesse ficando nu diante de si mesmo e enxergando crenças que nunca teve coragem de admitir que guardava aí dentro... mas somente depois de apoderar-se de cada uma delas, é que você saberá onde colocá-las: dentro ou fora de você.
Meu desejo é que você comece a acreditar - de fato - que amar e ser amado é possível. Que o primeiro passo é você quem deve dar... e que daqui por diante, você saiba: o tipo de amor que você atrai é justamente aquele que corresponde com suas crenças internas. Ou seja, o amor no qual você acreditar é o amor que você terá!
O título do texto foi inspirado em uma frase de Losf, autor do livro Clone Rico, Clone Pobre.
Por Rosana Braga
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