sábado, 6 de outubro de 2012

Socorro! Virei a “mãe’ do meu namorado

Se as conversas entre vocês mais parecem bate-boca entre mãe e filho, então está na hora de entender onde mora o problema. Veja o que dizem os especialistas em relacionamentos

Uma das modelos mais famosas e bem-sucedidas do mundo, Isabeli Fontana, 29 anos, anunciou na semana passada o fim de seu noivado com o empresário Rohan Marley, 40 anos, filho do músico Bob Marley (1945 - 1981). Numa entrevista à revista Contigo, a paranaense foi direta ao relatar o motivo do rompimento. “Rohan é parceiro, mas deixa a desejar pela vida dele. O homem para me conquistar tem de tomar as rédeas, senão acabo virando mãe. Enche o saco isso!”. E a top disse mais. “Não quero ser sempre o homem da relação, tomar decisões, ser forte”, desabafou.

 A queixa de Isabeli reflete um tipo de conflito muito comum entre os casais. A terapeuta Ana Canosa já cansou de ouvir essas histórias em seu consultório. “Existe um condicionamento social. Desde pequenas as meninas já brincam de cuidar dos outros, inclusive dos meninos. Elas fazem isso se espelhando nas relações dos pais”, explica a especialista em relacionamentos, acrescentando que fatores evolutivos e biológicos também influenciam nessa conduta.

Na mesma entrevista, aliás, a própria Isabeli confessa ser controladora. Assim, a junção de uma personalidade superativa com outra possivelmente acomodada só pode resultar em faíscas. “Não é saudável e, nesse caso, acaba sobrecarregando a mulher, que fatalmente vai brigar com o parceiro. Ele, por outro lado, também vai ficar irritado com as cobranças dela”, avalia. Para a psicóloga, as relações saudáveis são as chamadas horizontais, com trocas que se compensam.
Um dos sinais de crise diz respeito à vida financeira. O casal geralmente tem planos e sonhos, e quando um dos lados não leva nada a sério, então os projetos ficam ameaçados. Uma aquisição aqui, outra compra ali, e a confusão está formada. “É aquela pessoa que sempre se perde com os prazos de vencimento das contas, paga tudo atrasado. Muitas vezes pede que o outro cubra o saldo negativo no banco porque gastou demais”, exemplifica Ana.
Normalmente, pontua a psicanalista Magdalena Ramos, um membro do casal tende a ser mais ativo, e isso é normal e aceitável. Problema mesmo há nas ocasiões em que só um lado se responsabiliza por tudo. “Se as contas da casa, a escola dos filhos, o supermercado, a viagem de férias e tudo mais são assuntos resolvidos pela mulher, por exemplo, então o relacionamento vai se deteriorando. Ela vai jogar isso na cara do homem em algum momento”, alerta.
O problema pode estar também em quem toma as rédeas da situação, mesmo sem ser solicitado. “Eu tive uma paciente que sempre desarrumava a bolsa do filho que o marido fazia, reclamando que as cores não estavam combinando direito. Só que ele arrumava de acordo com o gosto dele”, conta Magdalena.
E apesar do “saco cheio” de Isabeli, essa confusão toda pode ser contornada, desde que o casal queira, obviamente. A parte sobrecarregada deve puxar uma conversa e explicar como está se sentindo – e isso não deve ocorrer na hora da briga nem de forma reclamona. Do outro lado, a parte mais acomodada deve sair da zona de conforto e entender que mãe só existe uma.

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