Olhar nos olhos
“Não
confio em quem não olha nos olhos e abraça mole. Acho que falta mais
olho no olho na vida. As pessoas mal se olham nos olhos, mal se
cumprimentam, mal se beijam. Selinho é bom, mas beijo de língua é melhor
ainda. Tapinha no ombro não me seduz, gosto mesmo é de abraço apertado,
abraço quentinho, abraço bem abraçado. Não gosto de quem oferece o
rosto, gosto do barulhinho do beijo estalando na bochecha, todo
oferecido, bem exibido. As pessoas ficam hesitando, não querem se dar.
Mas a gente tem que se dar por inteiro. Ficam nesse vou-não-vou,
quero-não-quero. Tem que querer, rir, ir. Sem medo, sem cobrança, sem
procurar motivos. Mesmo porque os motivos só aparecem bem lá na frente.
Uma hora a vida resolve nos dar explicações, mas não tente procurar
agora, esse não é o momento. Não dá pra ficar se questionando. Eu sei,
sei que a gente questiona, que os pontos de interrogação rondam a cabeça
e o coração. Mas sossega, aquieta o pensamento, deixa os sentimentos
chegarem, ficarem, se instalarem. Para, então, você viver de forma mais
plena e feliz.”
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