terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Os 5 melhores exercícios para o corpo e a mente

Eles controlam o peso, aumentam o equilíbrio e a flexibilidade e ainda melhoram o humor

A cada estação, as academias oferecem novas modalidades de exercícios físicos. Em meio a tanta diversidade, como escolher o que realmente dá resultado e qual delas não pode faltar na rotina de malhação?

 De acordo com especialistas da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, cinco exercícios podem fazer maravilhas pela saúde, mantendo o peso sob controle, melhorando o equilíbrio e a força e cuidando também da mente. 

Veja quais são eles:

Natação
De acordo com os pesquisadores de Harvard, este seria o exercício perfeito. A água promove resistência, que vai ajudar no fortalecimento muscular sem impacto. Dessa forma, é possível gastar calorias sem prejudicar as articulações.
Nadar também desenvolve o sistema cardiovascular e principalmente o sistema respiratório. Pesquisas já demonstraram que esse exercício melhora tanto o estado mental quanto o humor. 
 

 Tai chi
Essa modalidade oriental, chamada também de “meditação em movimento”, ajuda a evitar quedas e aprimorar a saúde mental , principalmente nos idosos. Nessa população específica, o tai chi ajuda a reduzir os riscos de quedas. A modalidade também é acessível a qualquer idade e a pessoas com qualquer condicionamento físico. 

 

 Musculação
Realizados de forma adequada e com intesidade moderada, os exercícios de resistência não vão deixar o corpo musculoso. A musculação é capaz de tonificar os músculos, deixando-os mais fortes e desenhados. Além disso, desenvolver um pouco a massa muscular aumenta o metabolismo do corpo, intensificando a queima de calorias mesmo quando a pessoa está parada.

 

 Caminhada
Caminhar é simples e qualquer um pode fazer, é só manter o ritmo adequado para a condição física e idade. Além de ajudar a entrar em forma, caminhar por pelo menos 30 minutos por dia pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e diabetes .

 Para quem quer começar, a dica dos especialistas da Escola de Medicina de Harvard é andar por 15 minutos e, quando esse tempo ficar fácil de fazer, aumentar para 30 e depois para 60 minutos. 

 

Exercícios Kegel Esses exercícios não melhoram a aparência, mas com certeza têm um grande efeito sobre a saúde e o bem-estar, principalmente para as mulheres na maturidade. Os exercícios de Kegel são uma série de contração e relaxamento do músculo da região pélvica, a fim de prevenir a frouxidão da musculatura dessa área. O objetivo é evitar a incontinência urinária e, garantem alguns especialistas, aumentar o prazer na relação sexual.

 

 

Pesquisa comprova: natação é remédio para asma 

Crianças que praticam o esporte reduzem as crises da doença devido ao perfil da atividade.

 


As braçadas em uma piscina ganharam "selo científico" de que fazem bem para a asma, mostra estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

 Segundo os resultados publicados no Jornal da Sociedade Brasileira de Pediatria, a prática da natação diminui a hipersensibilidade dos brônquios das crianças asmáticas, diminuindo as crises e os ataques de falta de ar.

 Para chegar às conclusões, os pesquisadores acompanharam 30 pacientes entre 7 e 18 anos, todos em tratamento no Hospital das Clínicas de Campinas, e utilizaram um marcador bioquímico para a asma. No início do estudo, apenas 4 voluntários sabiam nadar mas todos fizeram aulas duas vezes por semana, por 50 minutos, durante três meses.

 Ao final da análise, todos os participantes tiveram reduzidos os marcadores da asma e não apresentaram crises sérias no período. Ao jornal da Unicamp, as duas coordenadoras da pesquisa, a fisioterapeuta Ivonne Bernardo Wicher e a educadora física Flávia Ciello, afirmaram que algumas das crianças estavam tão surpresas com a melhora que acreditavam estar curadas da asma.

“A melhora foi visível, pois a maioria espaçou o intervalo das crises. Este fato os fazia pensar que estavam curados. Mas sempre explicávamos que a asma é uma doença crônica”, esclareceu Ivonne ao periódico da Universidade.
Segundo ela, a natação pode atuar como uma terapia auxiliar do tratamento medicamentoso. O resultado do estudo ao ser comparado ao grupo-controle, composto por 31 crianças que participaram dos testes mas não praticaram a natação – apenas receberam a terapêutica convencional – atestou melhor desempenho dos praticantes do esporte.
 Uma das explicações para o efeito positivo é que a pressão da água, atrelada à alta umidade da água e do fato do exercício ser praticado na posição horizontal, ajuda na expiração do asmático.

 Tai chi: alívio para a artrite

Novo estudo mostra que a milenar técnica chinesa atenua dores

Um novo estudo mostrou que pessoas que sofrem de artrite podem conseguir alívio físico e emocional por meio da prática do tai chi, arte marcial milenar chinesa.

Pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de osteoporose, artrite reumatóide e fibromialgia se sentiram melhor e se moveram com mais facilidade fazendo duas aulas por semana deste sistema de exercícios meditativos.

“A prática reduziu a dor, a rigidez muscular e a fadiga, além de melhorar o equilíbrio”, disse Leigh F. Callahan, professora associada da Escola de Medicina Chapel Hill da Universidade da Carolina do Norte e líder do estudo.

Estudos menores já haviam ligado o tai chi a benefícios similares em pessoas com artrite, mas os pesquisadores tinham questionado como as descobertas se aplicariam em uma população maior.
No novo estudo, além da evidência de alívio de brando a moderado por mei da prática, os participantes relataram ganho de mais estabilidade física e conseguiram ampliar o alcance mantendo o equilíbrio ao mesmo tempo – façanha importante para pessoas com artrite.
O tai chi, exercício que trabalha a mente e o corpo, originou-se como na China como uma arte marcial. Na prática, são utilizados movimente lentos e suaves, juntamente com respiração profunda e relaxamento para aumentar a força e a flexibilidade. Callahan, que também é membro do Centro Thurston de Pesquisa de Artrite da UNC, diz que a modalidade se popularizou nos últimos três anos.
“Tem muita gente adotando a prática e se tornando muito interessada na mesma”, disse.
Se estiver provado que o tai chi pode reduzir os sintomas de artrite, este pode ser um tratamento relativamente simples e barato para diversas formas deste mal. Callahan diz que as aulas não costumam custar muito – algumas são oferecidas gratuitamente – e, neste estudo, os participantes podiam participar mesmo sentados se não quisessem ficar de pé.
Compuseram o estudo 247 pessoas – quase todas mulheres, de raça branca e diagnosticadas com diversos tipos de artrite – designadas aleatoriamente pelos pesquisadores a participar de aulas com duração de um hora, duas vezes por semana, por um período de dois meses. As classes foram preparadas pela Fundação da Artrite dos Estados Unidos. Os participantes eram de 20 lugares diferentes dos estados de Nova Jersey e da Carolina do Norte. Para serem elegíveis ao estudo, eles tinham de conseguir se locomover sem assistência.
Antes do início do estudo e no período de avaliação de oito semanas, os pesquisadores fizeram relatórios de todos os participantes quanto aos níveis de dor, fadiga, rigidez muscular e funções físicas. Os participantes também tiveram de fazer uma autoavaliação quanto a saúde geral, estado psicológico (como sensação de desamparo) e sobre como conseguiam realizar atividades rotineiras.
O desempenho físico dos participantes também foi avaliado com o auxílio de um aparelho para testar a força e autonomia da parte inferior das pernas, um teste de marcha (normal e rápida) e dois outros testes de equilíbrio (teste unilateral das pernas e teste de alcance).
Callahan disse que ela ainda não pode quantificar o progresso em termos percentuais, mas os dados disponíveis sugerem que os participantes sentiram melhoras de brandas a moderadas, além do aprimoramento da sensação de bem-estar. Ela afirma que eles também dormiram melhor. Aparentemente, o tai chi oferece benefícios tanto físicos quanto mentais, ela complementou.
“O programa, como um todo, é designado para ajudar as pessoas a relaxar e pensar na respiração, nos movimentos. Tudo é feito lentamente e com um propósito”.
As descobertas do estudo – custeado pela Fundação da Artrite e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos – foram recentemente lançadas no encontro científico anual da Faculdade Americana de Reumatologia, em Atlanta.
Myeong Sôo Lee, pesquisadora titular do Instituto Coreano de Medicina Oriental de Daejeon, Coréia do Sul, disse que apesar de “rigoroso”, o estudo tem limitações. Ela diz que uma delas é que não foram enumerados os benefícios de acordo com os tipos de artrite. Existem evidências que sustentam que o tai chi reduz os sintomas de artrite nos joelhos, mas não para artrite reumatóide, disse Lee – que já pesquisou sobre os benefícios da técnica para artrite.
Embora as descobertas intensifiquem a questão da prática do tai chi como tratamento para algumas formas de artrite, Lee diz que serão necessárias informações adicionais antes que isso se torne uma fórmula geral. Como foram apresentadas em uma conferência, as constatações e conclusões sobre o estudo ainda devem ser vistas como preliminares até que o mesmo seja publicado em uma revista médica revisada por profissionais da área.

Musculação ajuda a parar de fumar 

Estudo mostra que levantar pesos ajuda a cessar o hábito sem ganho de peso

 Quer parar de fumar sem ganhar peso com isso? Vá para a academia.

A sugestão, que parece óbvia, guarda em si uma nuance interessante: uma nova pesquisa norte-americana mostrou que levantar pesos pode ajudar fumantes a largar definitivamente o vício, sem sofrer com o conhecido aumento de peso comumente enfrentado pelos fumantes em abstinência.
 Os pesquisadores descobriram que três meses “puxando ferro” ajuda a reduzir a vontade de fumar e também os sintomas de abstinência, diminuindo ao mesmo tempo o ganho de peso que às vezes acompanha os que desejam parar de fumar.

No geral, homens e mulheres que completaram o programa de treinamento de resistência foram duas vezes mais propensos a largar o vício do que fumantes que não levantaram pesos.
"E enquanto a grande maioria dos fumantes quer parar de fumar, menos de 5% são capazes de fazê-lo sem ajuda", disse Joseph Ciccolo, autor do estudo e psicólogo do exercício do Miriam Hospital’s Centers for Behavioral and Preventive Medicine, em Providence (EUA).

"Precisamos de qualquer nova ferramenta que possa ajudar os fumantes a parar com sucesso e, aparentemente, o treinamento de resistência pode ser uma estratégia efetiva", acrescentou.
No estudo, financiado pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA, a equipe do Ciccolo recrutou 25 homens e mulheres fumantes com idade entre 18 e 65 anos, que fumaram pelo menos cinco cigarros por dia durante o ano passado.
 Todos os participantes foram aconselhados sobre parar de fumar por 15 a 20 minutos e receberam um suprimento de oito semanas de adesivos de nicotina, antes de serem divididos aleatoriamente em dois grupos.

O primeiro grupo de fumantes foi solicitado a completar duas sessões de uma hora de treinamento de resistência, com 10 exercícios a cada semana durante 12 semanas. A intensidade do programa de treinamento também foi aumentada a cada três semanas. Enquanto isso, o segundo grupo de fumantes (grupo-controle) simplesmente assistiu a um vídeo breve sobre saúde e bem-estar duas vezes por semana.
Depois de completar o regime de 12 semanas, 16% dos fumantes no grupo que levantou peso pararam de fumar, de acordo com o estudo publicado na edição de agosto da revista Nicotine & Tobacco Research. Como bônus adicional, também haviam perdido peso e gordura corporal.
 
Em contraste, apenas 8% dos fumantes no grupo-controle tinha parado, e eles tinham também ganhou peso e gordura corporal, mostraram os resultados. Três meses depois, 15% das pessoas do grupo levantador de peso ainda não tinha começado a fumar de novo, em comparação com 8% do grupo-controle.
No entanto, apesar dos resultados promissores, os autores do estudo observaram que são necessárias mais pesquisas sobre treinamento de resistência antes que a prática possa ser considerada um tratamento clínico para parar de fumar.

Caminhada tem impacto positivo contra depressão, diz pesquisa

Pequeno estudo mostrou que mesmo uma caminhada curta pode ajudar a combater a tristeza

Uma simples caminhada rápida nos arredores de casa pode ter um papel importante no combate à depressão, segundo pesquisadores de uma universidade na Escócia.

 Estudos anteriores já haviam demonstrado que exercícios vigorosos aliviam os sintomas da depressão, mas o efeito de atividades menos árduas ainda não foi analisado em profundidade.

 O novo estudo publicado na revista científica Mental Health and Physical Activity afirma que "caminhar é uma forma de intervenção efetiva contra a depressão" e tem resultados similares aos de formas mais vigorosas de exercício. O estudo da Universidade de Stirling analisou dados de oito pesquisas com um total de 341 pacientes.

"A caminhada tem a vantagem de poder ser praticada pela maioria das pessoas, de implicar pouco ou nenhum custo, e de ser relativamente fácil de incorporar à rotina diária", dizem os autores.
Os pesquisadores admitem, no entanto, que mais pesquisas precisam ser feitas sobre o assunto. Ainda há questões sobre a duração, a velocidade e o local onde a caminhada deve ser realizada. Ar livre Uma em cada dez pessoas enfrenta depressão em algum momento da vida.
Apesar de o problema poder ser tratado com medicamentos, a prática de exercícios é muitas vezes prescrita por médicos como tratamento contra formas mais brandas da doença. Adrian Taylor, que estuda os efeitos dos exercícios contra a depressão, os vícios e o estresse, na Universidade de Exeter, disse à BBC que o ponto positivo da caminhada é que todo mundo já faz isso no dia-a-dia.
"Há benefícios contra problemas de saúde mental como a depressão", afirmou ele.
 Ainda não se sabe exatamente como os exercícios ajudam no combate à depressão. Taylor diz que eles podem funcionar como uma distração dos problemas, dando uma sensação de controle e liberando hormônios do bem-estar.
 A ONG de saúde mental Mind diz que suas próprias pesquisas indicam que só o fato de passar tempo ao ar livre já ajuda pessoas com depressão.
"Para aproveitar ao máximo as atividades ao ar livre, é importante encontrar um tipo de exercício que você goste e que possa fazer regularmente. Tente coisas diferentes, como caminhar, andar de bicicleta, fazer jardinagem ou até nadar na natureza", aconselha Paul Farmer, presidente da ONG.
  "Fazer exercícios junto a outras pessoas pode ter um impacto ainda maior, já que oferece uma oportunidade de reforçar laços sociais, conversar com outras pessoas sobre seus problemas ou simplesmente rir e aproveitar o tempo longe da família e do trabalho. Então, peça a um amigo para se juntar a você."

Caminhada nórdica gasta o dobro do exercício convencional

Não estranhe se vir uma pessoa caminhando com dois bastões de esqui, ela está se exercitando.

 A regra de ouro entre as novas atividades físicas parece ser uma só: maior quantidade de calorias gastas no menor tempo possível. Seguindo essa máxima, a caminhada nórdica promete ser a nova mania entre os brasileiros e vem ganhando simpatizantes em todo o País. Portanto, não estranhe ao se deparar com alguém, debaixo de um sol escaldante, suando com dois bastões na mão.

O adepto mais famoso – e um dos responsáveis pela disseminação da modalidade que nasceu na Finlândia, como base de treino de verão dos esquiadores profissionais – é o escritor Paulo Coelho. 
 A base do exercício, como o nome já deixa claro, é a caminhada tradicional. O grande diferencial, no entanto, é a utilização de dois bastões semelhantes aos de esqui. “Os sticks devem impulsionar o corpo, projetá-lo adiante, aumentando a amplitude de cada passada e envolvendo músculos que normalmente não participam da caminhada regular, como os dos membros superiores”, esclarece Cida Conti, professora da técnica e diretora da Fit-Pro, empresa que prepara programas de atividades físicas.
“Não é um ‘caminhar de bengalas’. O bastão é empurrado para trás, como uma extensão do braço”, explica Fábio Ravaglia, presidente do Instituto de Ortopedia e Saúde e adepto do exercício. A caminhada nórdica ativa 90% dos músculos do corpo, contra 70% do treino regular, compara Conti.

Com mais músculos trabalhando, é natural que o gasto calórico aumente: a estimativa é que sejam consumidas 450 calorias por hora, o dobro do condicionamento tradicional.
“Perde-se mais peso sem aumentar a sensação de esforço. Você intensifica a atividade, sem desconforto”, garante a professora. Com mais empenho, o condicionamento pulmonar também melhora.
Os bastões também diminuem a pressão exercida nos quadris, joelho e tornozelos, reduzindo o impacto nessas regiões, e ajudam a manter o equilíbrio, dando mais estabilidade e segurança, ideal para idosos ou pessoas com dificuldades motoras.
Desde a aparição como uma atividade física, a caminhada nórdica tem sido alvo de diversos estudos que comprovam a relação com o aumento do condicionamento físico, a perda de peso e a redução da pressão arterial. No entanto, as novas pesquisas apontam esse exercício como uma boa forma de combater a osteoporose, doença de Parkinson e fibromialgia.
 Cuidados Mas a caminhada não é tão simples quanto parece. O movimento com os bastões precisa ser correto.
"Ele deve ser fincado no meio da pisada, a um ângulo de 45%, diagonalmente. Vai acompanhando o movimento até atrás, há quase uma extensão do braço. Nesse momento, abre-se a mão que segura levemente o stick e coloca-o novamente na angulação correta”, ensina Cida Conti.
Para evitar possíveis lesões, o acessório precisa ser regulado corretamente. O stick deve ter 68% da altura do usuário (para calcular, multiplique a sua altura por 0,68), instrui Ravaglia. No mercado, existem bastões reguláveis e outros com alturas fixas que vão subindo de cinco em cinco centímetros a partir do 105.
“Se a pessoa optar pelo fixo e seu cálculo der um número quebrado, por exemplo, 117 centímetros, deve comprar o modelo menor se for principiante e o maior se for experiente”, recomenda Cida. Essa diferença, explica, é porque quanto maior o bastão, maior a força para estender o cotovelo e fincá-lo no chão.
A professora também alerta para o momento da compra do acessório: "Cuidado para não levar os que são utilizados para trekking. Eles não têm a luva que garante o movimento perfeito na caminhada."
Os especialistas recomendam que essa atividade seja realizada por trinta minutos, cinco vezes por semana, para quem quer melhorar o condicionamento físico e cardiopulmonar.
“Em seis semanas já é possível perceber a melhora”, afirma o ortopedista. 
Exercicios do kegel beneficiam a incontinencia urinária

Incontinência urinária 

 Definição
A incontinência urinária (ou da bexiga) ocorre quando não é possível ter controle sobre a urina que sai da uretra, canal que leva a urina da bexiga para fora do organismo. Esse problema pode variar de um vazamento de urina ocasional até uma completa incapacidade de reter a urina.

Os três tipos principais de incontinência urinária são:
  • Incontinência de esforço – ocorre durante algumas atividades, como tossir, espirrar, rir ou realizar exercícios
  • Incontinência de urgência – envolve uma necessidade súbita e forte de urinar, seguida de uma contração instantânea da bexiga e a perda involuntária de urina. Não há tempo suficiente para chegar ao banheiro quando você percebe que precisa urinar
  • Incontinência de sobrefluxo – ocorre quando a bexiga não se esvazia por completo, o que leva ao gotejamento
  • Incontinência mista – envolve mais de um tipo de incontinência urinária
Incontinência fecal, um tópico separado, é a incapacidade de controlar a passagem das fezes.

Nomes alternativos

Perda do controle da bexiga; Micção incontrolável; Micção – incontrolável; Incontinência – urinária

Considerações

A incontinência é mais comum entre idosos. As mulheres estão mais propensas a ter incontinência urinária do que os homens.
Crianças e bebês não são considerados incontinentes, pois simplesmente ainda não aprenderam a controlar a vontade de ir ao banheiro. Acidentes ocasionais são comuns em crianças de até 6 anos. Crianças (e às vezes adolescentes) do sexo feminino podem apresentar pequenos vazamentos de urina ao rir.
A enurese noturna em crianças é normal até a idade de 5 ou 6 anos.

MICÇÃO NORMAL
Normalmente, a bexiga começa a se encher de urina que provém dos rins. Ela se expande para permitir volumes maiores de urina.
A primeira vontade de urinar ocorre quando há cerca de 200 mL (pouco menos de 1 xícara) de urina retida na bexiga. Um sistema nervoso saudável responde a essa sensação de expansão alertando o indivíduo por meio da vontade de urinar, permitindo, ao mesmo tempo, que a bexiga continue enchendo.
Um indivíduo normal pode reter cerca de 350 a 550 ml (mais de 2 xícaras) de urina.

Dois músculos ajudam a controlar o fluxo de urina:
  • O esfíncter (o músculo circular ao redor da abertura da bexiga) deve ser capaz de se contrair para evitar que a urina vaze
  • O músculo da parede da bexiga (detrusor) deve se manter relaxado para que a bexiga possa se expandir
No momento de esvaziar a bexiga, o músculo da parede da bexiga (detrusor) se contrai ou se aperta para forçar a urina para fora da bexiga. Antes da contração desse músculo, o corpo deve ter a capacidade de relaxar o esfíncter para permitir que a urina seja expelida.
A capacidade de controlar a urina depende de uma anatomia normal, um sistema nervoso funcionando normalmente e a capacidade de reconhecer e responder à vontade de urinar.

Causas comuns

As causas são:
  • Problemas anatômicos
  • Bloqueio
  • Problemas cerebrais ou nervosos
  • Distúrbios musculares ou nervosos (distúrbios neuromusculares)
  • Demência ou outros problemas psicológicos que afetam a capacidade de reconhecer ou responder à necessidade de urinar
A incontinência pode ser de caráter repentino e temporário ou constante e de longo prazo.
As causas da incontinência repentina ou temporária incluem:
  • Convalescência – por exemplo, durante a recuperação de uma cirurgia
  • Alguns medicamentos (como diuréticos, antidepressivos, tranquilizantes e alguns remédios para tosse e resfriado e anti-histamínicos para alergias)
  • Confusão mental
  • Gravidez
  • Infecção ou inflamação na próstata
  • Acúmulo fecal causado por forte constipação, causando pressão sobre a bexiga
  • Infecção do trato urinário (ou inflamação)
  • Ganho de peso.

Possíveis causas da incontinência de longo prazo:
  • Mal de Alzheimer
  • Câncer de bexiga
  • Espasmos da bexiga
  • Depressão
  • Próstatas aumentadas
  • Problemas neurológicos, como esclerose múltipla ou Acidente Vascular Cerebral (AVC)
  • Danos aos nervos ou aos músculos após radioterapia pélvica
  • Prolapso pélvico em mulheres – queda ou deslocamento da bexiga, uretra ou reto para a área vaginal, muitas vezes relacionado a várias gestações ou partos
  • Problemas na estrutura do trato urinário
  • Lesões na coluna
  • Fraqueza do esfíncter; o músculo circular da bexiga responsável por abri-la e fechá-la. Isso pode acontecer após uma cirurgia vaginal ou na próstata
 

Cuidados em casa

Procure um médico para realizar um exame inicial e um plano de tratamento. As opções de tratamento variam, dependendo do caso e do tipo da incontinência. Felizmente, há muitas medidas que você pode seguir para ajudar a controlar a incontinência.

Os seguintes métodos podem ser usados para fortalecer os músculos do assoalho pélvico:
  • Reeducação da bexiga – envolve urinar em horários programados, mesmo que você não esteja com vontade. Entre esses horários, você deve tentar esperar até o próximo horário programado. Primeiro, você precisará programar intervalos de 1 hora. De forma gradual, você poderá aumentar para intervalos de 1 a 2 horas, até que passe a urinar a cada 3 a 4 horas sem vazamento
  • Exercícios de Kegel – contraia os músculos do assoalho pélvico por 10 segundos e, em seguida, relaxe-os por 10 segundos. Repita 10 vezes. Pratique esses exercícios três vezes por dia. Você pode praticá-los em qualquer lugar e a qualquer momento
 Trato urinário feminino
Para localizar os músculos pélvicos, ao começar a praticar os exercícios de Kegel, interrompa o fluxo de urina em meio ao ato de urinar. Os músculos necessários para esse procedimento são os músculos do assoalho pélvico. NÃO contraia os músculos do abdome, das coxas e das nádegas. E NÃO pratique os exercícios em excesso. Isso poderá cansar os músculos e agravar a incontinência.
Dois métodos chamados de biofeedback e estimulação elétrica podem ajudá-lo a aprender como praticar os exercícios de Kegel. O biofeedback utiliza eletrodos colocados sobre os músculos do assoalho pélvico, que emitem uma resposta quando os músculos são contraídos e quando estão relaxados.
A estimulação elétrica utiliza uma corrente elétrica de alta tensão para estimular os músculos do assoalho pélvico. Esse procedimento pode ser realizado em casa ou durante uma consulta médica, por 20 minutos, diariamente, por até 4 dias.

 
Trato urinário masculino
O biofeedback e a estimulação elétrica não serão mais necessários quando você for capaz de identificar os músculos do assoalho pélvico e conseguir fazer os exercícios por conta própria.
O uso de cones vaginais melhora o desempenho dos exercícios de Kegel para mulheres. Há outros procedimentos para tratar a incontinência.
Para conter o vazamento, use absorventes ou fraldas para adultos. Há vários produtos, especificamente desenvolvidos, que podem ser usados sem que ninguém perceba, apenas você.

Outras medidas incluem:
  • Regule seu intestino para evitar a prisão de ventre. Tente aumentar as fibras na sua dieta alimentar
  • Pare de fumar para reduzir a tosse e a irritação da bexiga. Fumar também aumenta o risco de câncer na bexiga
  • Evite o álcool e bebidas cafeinadas, principalmente o café, que pode superestimular a bexiga.
  • Perca peso, se for necessário
  • Evite alimentos e bebidas que possam irritar a bexiga, como comidas picantes, bebidas gaseificadas, frutas e sucos cítricos
  • Mantenha o açúcar do sangue sob controle, caso você tenha diabetes
Seu médico poderá recomendar medicamentos ou cirurgia, especialmente se os cuidados em casa não estiverem ajudando ou se os sintomas estiverem piorando.
Os medicamentos que podem ser prescritos incluem remédios que relaxam a bexiga, aumentam o tônus muscular da bexiga ou fortalecem o esfíncter.
A cirurgia pode ser necessária para eliminar uma possível obstrução ou deformidade entre o colo da bexiga e a uretra.

Consulte também:
  • Incontinência de urgência
  • Incontinência de esforço
Se você tiver incontinência de sobrefluxo ou não puder esvaziar a bexiga por completo, poderá ser recomendado um cateter. No entanto, o uso de cateter pode deixá-lo exposto a possíveis infecções.
PREVENÇÃO
A prática de exercícios de Kegel durante a gravidez e logo após o parto pode ajudar a prevenir a incontinência relacionada ao parto.

Ligue para seu médico se

Converse sobre a incontinência com seu médico. Os ginecologistas e os urologistas são os especialistas mais familiarizados com esse problema. Eles podem avaliar as causas e recomendar as abordagens de tratamento adequadas.
Ligue para o serviço de emergência local (como 192) ou procure um atendimento de emergência se algum dos sintomas a seguir estiver acompanhando uma súbita perda do controle da urina:
  • Dificuldade de falar, caminhar ou se expressar
  • Fraqueza, dormência ou formigamento súbitos em um braço ou uma perna
  • Perda da visão
  • Perda de consciência ou desorientação
  • Perda do controle intestinal
Ligue para o médico se:
  • Você estiver com prisão de ventre há mais de 1 semana
  • Você tiver dificuldade para iniciar o fluxo de urina, apresentar gotejamento, enurese noturna, dor ou ardência ao urinar, maior frequência ou urgência, urina escurecida ou com sangue
  • Você estiver tomando remédios que podem causar incontinência – NÃO altere ou interrompa nenhuma medicação sem comunicar o médico
  • Você tiver mais de 60 anos e sua incontinência for recente, especialmente se estiver tendo problemas de memória ou com seus cuidados pessoais
  • Você tiver vontade de urinar frequentemente, mas expele apenas pequenas quantidades de urina
  • Você sentir a bexiga cheia mesmo após ter acabado de urinar
  • A incontinência persistir por mais de 2 semanas mesmo com os exercícios para fortalecer os músculos pélvicos

O que esperar da consulta médica

O médico preparará seu histórico médico e fará um exame físico, com foco no abdome, genitais, pelve, reto e sistema neurológico.
As perguntas do histórico médico poderão incluir:

  • Há quanto tempo a incontinência tem sido um problema para você?
  • Quantas vezes isso acontece por dia?
  • Você percebe a necessidade de urinar antes do vazamento?
  • Você se dá conta imediatamente que urinou?
  • Você se sente molhado a maior parte do dia?
  • Você usa fraldas protetoras para casos de acidentes? Com que frequência?
  • Você evita situações sociais devido a possíveis acidentes?
  • Você já teve infecções urinárias anteriormente? Você acha que pode ter uma agora?
  • É mais difícil controlar a urina quando você tosse, espirra, tensiona os músculos ou ri?
  • É mais difícil controlar a urina quando você corre, salta ou caminha?
  • A incontinência piora quando você está sentado ou em pé?
  • Você está com prisão de ventre? Há quanto tempo?
  • Você toma alguma providência para diminuir ou evitar acidentes?
  • Você já fez algum tratamento para esse problema anteriormente? Isso ajudou?
  • Você já tentou praticar os exercícios para o assoalho pélvico (Kegel)? Eles ajudaram?
  • Que procedimentos, cirurgias ou lesões você já teve?
  • Que medicamentos você toma?
  • Você bebe café? Em que quantidade?
  • Você bebe álcool? Em que quantidade?
  • Você fuma? Quantos cigarros por dia?
  • Você tem diabetes ou um histórico familiar de diabetes?
  • Você apresenta algum outro sintoma?
 Entre os exames de diagnóstico que podem ser realizados estão:
  • Urinálise
  • Cultura da urina, para verificar se há infecção, se for indicado
  • Cistoscopia (inspeção do interior da bexiga)
  • Exames urodinâmicos (exames que medem a pressão e o fluxo urinário)
  • Urofluxo (para medir o padrão do fluxo de urina)
  • Resíduo pós-miccional (RPM) para medir a quantidade de urina existente após a micção
Outros exames podem ser realizados para descartar a possibilidade de fraqueza pélvica como causa da incontinência. Um desses exames é chamado de teste do cotonete. Esse teste envolve medir a alteração do ângulo da uretra quando ela está em repouso e quando está tensionada. Uma alteração de ângulo maior que 30 graus costuma indicar fraqueza significativa dos músculos e tendões que sustentam a bexiga.


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