O homem de “Esse Cara Sou Eu” é o parceiro ideal?
O perfil para lá de romântico descrito no sucesso de Roberto Carlos pode não ser tão bom quanto parece. Leia opinião de especialistas e vote na enquete.
Rodrigo Lombardi como Theo: ator chorou ao ouvir a música no especial de Roberto
Roberto Carlos está novamente no topo das paradas de
sucesso, ultrapassando, inclusive, a mítica marca de um milhão de discos
vendidos, o que não acontecia com o cantor há mais de dez anos. A
responsável pelo sucesso é a ultrarromântica “Esse Cara Sou Eu”.
Primeiro lugar em vendas na loja virtual iTunes, a canção tem seu êxito
potencializado pela participação na trilha sonora da novela global
"Salve Jorge"
,
onde embala as intensas cenas de amor dos protagonistas Théo (Rodrigo Lombardi) e Morena (Nanda Costa).
A música descreve os sentimentos de um homem apaixonado
que idolatra sua amada, como deixa claro o trecho inicial (veja vídeo
com a letra abaixo): “O cara que pensa em você toda hora. Que conta os
segundos se você demora. Que está todo o tempo querendo te ver. Porque
já não sabe ficar sem você”.
Ao mesmo tempo em que faz sucesso nas rádios e na TV, a música gerou
piadas nas redes sociais. Em paródias no Facebook, internautas postaram
mensagens que diziam que o tal “cara” não é romântico, mas um chato,
inseguro e dependente da parceira. Piada ou não, a brincadeira levanta a
pergunta: o homem descrito na música “Esse Cara Sou Eu” agrada ou
afugenta as mulheres?
Ao falar da sua intenção ao compor a canção no dominical
“Fantástico”, na TV Globo, Roberto disse que esse homem é, sim, o ideal
feminino. “Essa música eu fiz para falar do cara que toda mulher
gostaria de ter. E do cara que eu tento ser”, contou o mais popular dos
cantores brasileiros.
No mesmo programa, Rodrigo Lombardi concordou com o cantor, revelando
que se identifica totalmente com o homem de “Esse Cara Sou Eu”, elegendo
como seu trecho favorito da música o verso: “É aquele que no meio da
noite te chama para dizer que te ama”. Durante um show recente de
Roberto, Rodrigo não conteve as lágrimas e chorou copiosamente.
"Virando um chato"
No entanto, Lana Harari, psicóloga e terapeuta de casais,
pondera que a maioria das mulheres só se encanta por um homem assim
durante um período do relacionamento. “No início ou no auge da paixão, é
possível um parceiro que dê tantas demonstrações derramadas do seu amor
agradar. Mas depois isso pode acabar cansando a mulher. Ele acaba
virando mesmo um chato”, analisa.

Quando este comportamento ultrapassa o estágio da paixão, a relação pode
acabar entrando num terreno perigoso, de acordo com a psicanalista
Luciana Saddi, autora do livro “Perpétuo Socorro” (Jaboticaba), que
aborda uma crise amorosa. “O exagero da demanda pode acabar resultando
em violência. Alguém que passa o tempo todo pensando na mulher exige
dela o mesmo comportamento. Ele fica insatisfeito quando ela não dá esse
retorno”, pondera. “A paixão se transforma em perseguição”.
Discurso x prática
Luciana enxerga traços de imaturidade nesse tipo de
homem. “Um indivíduo assim pode ser comparado a um bebê vivendo a
fantasia aterrorizante de perder a mãe. Ele é dependente da parceira,
sua existência depende dela”, avalia a psicanalista.
Outro problema acontece quando esse amor todo fica só no
discurso e não se mostra na prática. “Do que adianta o cara dizer que te
ama a cada cinco minutos, se ele se recusa a buscar o filho no colégio
quando você precisa ficar até mais tarde no trabalho?”, exemplifica
Lana. “Em uma relação duradoura, o apreço também deve ser demostrado por
gestos e ações, e não só com palavras”, completa a psicóloga.
Para Luciana, os relacionamentos reais ficam longe dessa
versão idealizada de amor da música de Roberto. “É uma ideia de que o
casamento vai dar tudo o que você precisa. Mas os casamentos são
insatisfatórios, porque é impossível atender todas as demandas do outro.
E isso não é um problema, mas uma realidade”, pontua a psicanalista.
“Muitas mulheres desperdiçam a chance de ser feliz com um
homem legal porque ficam esperando esse cara que dê conta de tudo”,
alerta psicanalista. “O risco é que esse cara pode acabar nunca
chegando”, finaliza Luciana.
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