segunda-feira, 14 de maio de 2012

Pela Europa de trem ou avião?

Saiba avaliar quando cada uma das possibilidades é mais vantajosa
Se no Brasil a malha ferroviária é precária e praticamente inexistente em diversas regiões, na Europa o trem está entre os mais modernos (e utilizados) meios de transporte. Mas os preços também costumam competir com empresas aéreas de baixo custo como Ryanair e easyJet, o que pede uma pequena análise da viagem e suas possibilidades antes de comprar o bilhete de embarque. Veja algumas dicas:

Viagens de curta distância (até quatro horas de viagem)

Neste caso, a melhor pedida é ir de trem. Em primeiro lugar porque é mais econômico no quesito tempo, já que não precisa chegar com horas de antecedência para embarcar, o check-in é mais simples e, na maioria das vezes, as estações estão localizadas em áreas centrais (ao contrário dos aeroportos, que podem ficar até fora das principais capitais europeias).
Outra vantagem é que a chance de o trem partir fora do horário é praticamente nula. Quer mais? Nada de ficar esperando pela mala na esteira comum do aeroporto.

Em uma simulação de viagem feita por um agente da britânica Virgin, uma viagem de quatro horas, por exemplo, corresponde a, mais ou menos, uma hora de voo. Na Europa ocidental, o trecho pode custar até três vezes menos que o mesmo percurso de avião, se comprado com antecedência. O site da Bahn, a moderna e funcional ferrovia alemã, permite calcular a duração das viagens por praticamente todo o continente europeu.
Além de economizar tempo e dinheiro, viajar de trem é uma excelente oportunidade de apreciar as vistas fabulosas das paisagens europeias, além de aproveitar para conhecer vilarejos e outros locais das paradas entre um destino e outro.

A passagem de trem é prática e pode ser flexível, perfeita para quem quer viajar mas ainda não tem certeza de exatamente para aonde ir (sim, é possível decidir na hora dependendo do tipo de bilhete comprado).
A Virgin dá a dica: quando passagens avulsas são mais baratas? De Londres para Paris e Bruxelas é praticamente obrigatória a viagem de trem. Porém, em datas como Natal e Ano Novo, as tarifas estão entre as mais altas, podendo custar até três vezes o preço da viagem de avião.
Vai para o leste? Evite o trem. As estações e trilhos ainda são muito inferiores quando comparados aos da Europa ocidental. Se gosta de emoções fortes, faça a viagem de Praga a Budapeste, mas não assuste se alguns passageiros apresentarem comportamento suspeito e estiverem portando garrafas de vodca e absinto. Prefira fazer essa viagem de dia. À noite, além da "bagunça" a bordo, há o risco de o trem ser parado diversas vezes para fiscalizações, pois o tráfico de drogas e imigrantes ilegais é intenso.

Onde comprarPraticamente todas as ferrovias europeias permitem compra pela internet e, quando não entregam os tickets em casa, possibilitam a retirada momentos antes da viagem, tendo o cartão de crédito da usado na compra como documento necessário.

As principais empresa ferroviárias europeias são:
- Espanha -
Renfe
- França - SNCF
- Itália -
Trenitalia
- Alemanha - Bahn
- Suíça -
SBB
- Inglaterra -
Raileurope (para passagens do Eurostar com origem em Londres). A Raileurope tem ainda uma versão em português, para facilitar a vida do brasileiro.



Viagens de mais de cinco horas: vá de aviãoViajar de trem, principalmente se for sua primeira (e talvez única) vez, pode ser uma experiência magnífica... nas primeiras horas. Apesar da modernidade e do conforto, é praticamente impossível não chegar extremamente cansado e com dores musculares após uma viagem de trem noturno de, por exemplo, oito horas.
Engana-se quem acha que as viagens de Portugal à Espanha ou de Barcelona a Roma, por exemplo, compensam ser feitas de trem. As tarifas de avião, nas companhias chamadas low-cost (baixo custo) estão entre as mais baratas e as distâncias europeias podem enganar. Antes de decidir, veja quantas horas a viagem leva e avalie se a paisagem é realmente de tirar o fôlego, principalmente se passar pela Suíça.

O avião é uma boa aposta para quem tem pouco tempo de viagem e pretende conhecer o maior número de países possível. Para isso, não deixe para comprar o tíquete na última hora. Tenha um roteiro planejado e compre as passagens com meses de antecedência pela internet. É possível, por exemplo, viajar de Londres a Berlim por 9,99 euros (R$ 26 aproximadamente). Uma viagem de Londres a Roma, em uma simulação feita pela Virgin, encontrou passagens de ida e volta por 13 euros por pessoa.
Mas é preciso lembrar que essas companhias normalmente operam em aeroportos menores e fora das grandes cidades. Assim, acrescente o tempo e o custo do deslocamento em sua avaliação.
Onde comprarOs mais planejados e organizados podem sair do Brasil já com todos os trechos comprados e incluídos no principal (Brasil – Europa). Essa opção pode sair mais barata do que o esperado. Antes de fechar a passagem, peça ao agente para fazer uma simulação e faça as contas.
Para os aventureiros, a Ryan Air, a easyJet e a Last Minute são as melhores opções para achar voos baratos. Mas esqueça o conforto. Os lugares mal são numerados. Encare o espírito aventureiro e economize na bagagem: os voos entre países da Europa permitem apenas uma mala de 20 kg (e uma mala de mão bem pequena).
PegadinhaApesar de tentadora, a ideia de economizar fazendo viagens noturnas (principalmente de trem) pode acabar dando mais prejuízos do que vantagens. Muitas companhias ferroviárias disponibilizam o chamado “couchette”, que é uma cama no vagão leito e pode custar até 30 euros (R$ 80 aproximadamente) por pessoa (fora o preço da passagem).
A bagagem fica no corredor, ou em compartimentos especiais, longe de sua visão por toda a noite. Além disso, a movimentação nos trens é intensa a toda hora, principalmente nas paradas. Sem contar que o vagão "sacode" tanto ou mais que o avião com turbulência. Ou seja: querendo ou não, quem optar por viajar assim, vai dormir mal.
É possível achar hotéis e albergues (hostel) pelo mesmo valor que o couchette e até mais baratos, dependendo do quanto antes a reserva for feita.

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